Rabobank aponta liquidez reduzida e alta volatilidade no cenário econômico brasileiro
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Cenário externo: feriado nos EUA e expectativas de cortes de juros pelo Fed
De acordo com o relatório Brazil Weekly, elaborado pelos economistas Maurício Une e Renan Alves, do Rabobank, o feriado de Thanksgiving nos Estados Unidos reduziu a liquidez dos mercados internacionais. Mesmo assim, as bolsas americanas registraram leve alta e o dólar apresentou depreciação frente a outras moedas, impulsionado pelas expectativas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Os dados represados em razão do shutdown americano indicam um arrefecimento da economia dos EUA, enquanto Kevin Hassett desponta como favorito nas apostas para assumir a presidência do Fed.
Cenário doméstico: inflação acima do esperado e ruídos políticos
No Brasil, a semana foi marcada pela divulgação de uma série de indicadores econômicos, com destaque para o IPCA-15, que ficou ligeiramente acima das expectativas. Antes da divulgação, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, manteve um discurso mais conservador, chamando atenção para o crescimento do crédito e a volatilidade eleitoral.
Além disso, o relatório aponta que a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro provocou deterioração na relação entre o Congresso e o governo federal, intensificada pela ausência da indicação do presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Câmbio: real entre as moedas emergentes de melhor desempenho
Mesmo com o ambiente político conturbado, o real apresentou valorização de 1,3% frente ao dólar, encerrando a última semana cotado a R$ 5,3349 — o sexto melhor desempenho semanal entre 24 moedas emergentes.
Segundo o Rabobank, essa valorização foi sustentada pelo forte diferencial entre os juros domésticos e externos, além do enfraquecimento global do dólar. A projeção do banco é de que a moeda americana encerre o ano cotada a R$ 5,50.
Inflação: IPCA-15 avança levemente, mas mantém tendência benigna
O IPCA-15 registrou alta de 0,20% em novembro, resultado um pouco acima das projeções de mercado (0,18%) e das estimativas do Rabobank (0,15%). O aumento foi influenciado principalmente pelos grupos Transporte e Despesas Pessoais, que tiveram variações pontuais.
Já o IGP-M subiu 0,27% no mês, ficando em linha com as expectativas, mas voltou a apresentar resultado negativo no acumulado de 12 meses, algo que não ocorria há mais de um ano. O desempenho foi puxado por elevações tanto no IPA agropecuário quanto no industrial.
Contas públicas e externas: déficits persistem, mas indicadores melhoram na margem
O Tesouro Nacional informou que o Governo Central registrou déficit de R$ 36,5 bilhões em outubro, ligeiramente abaixo da projeção do mercado (R$ 36,8 bi). O resultado reflete o aumento das despesas discricionárias no segundo semestre.
Nas contas externas, o déficit em transações correntes ficou em US$ 5,1 bilhões em outubro, uma melhora em relação a setembro (US$ 9,8 bi). Já o Investimento Direto no País (IDP) atingiu US$ 10,9 bilhões, sinalizando recuperação do fluxo de capital estrangeiro.
Agenda econômica: PIB, indústria e balança comercial em foco
Para esta semana, os economistas do Rabobank destacam como principal evento a divulgação do PIB do terceiro trimestre, na quinta-feira. Antes disso, o mercado acompanha os dados de produção industrial, na terça-feira, e a balança comercial, na quarta-feira.
Na América do Sul, o destaque fica para a divulgação dos índices de preços ao consumidor (IPC) de novembro no Peru (segunda-feira), Chile e Colômbia (sexta-feira).
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio





