Produção agroindustrial cresce 2,3% em setembro e interrompe sequência de quedas, aponta FGVAgro
Foto:
O setor agroindustrial brasileiro registrou crescimento de 2,3% em setembro de 2025 em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo FGVAgro.
O resultado representa a primeira alta após três meses consecutivos de retrações, marcando uma recuperação parcial do desempenho do setor.
Apesar do avanço, o estudo destaca que o crescimento foi suficiente apenas para zerar as perdas acumuladas no trimestre, sem indicar uma tendência consistente de retomada.
Alimentos e bebidas puxam o crescimento da agroindústria
A expansão da agroindústria foi impulsionada principalmente pelos segmentos de produtos alimentícios e bebidas, que registraram alta de 5,8% em setembro.
Por outro lado, o segmento de produtos não alimentícios apresentou queda de 1,5% no mesmo período.
Entre os setores analisados, o estudo apontou crescimento generalizado, com exceção de bebidas alcoólicas, que recuaram 6,7%, e biocombustíveis, que sofreram forte retração de 24,4%.
Segundo os pesquisadores, a queda acentuada na produção de biocombustíveis anulou os ganhos obtidos nos demais setores não alimentícios, limitando o resultado geral da indústria.
Setor encerra trimestre no zero a zero e enfrenta incertezas para o fim do ano
Mesmo com o bom desempenho de setembro, o PIMAgro indica que a agroindústria recuou 0,01% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024 — uma estabilidade negativa que reflete o impacto das quedas anteriores.
Para que o setor encerre o ano com resultado positivo, seria necessário um crescimento de pelo menos 0,3% no quarto trimestre em relação a 2024. No entanto, o FGVAgro ressalta que esse cenário ainda é incerto, diante das condições econômicas atuais e da instabilidade no ambiente de negócios.
Desafios econômicos e busca por novos mercados
De acordo com os pesquisadores do FGVAgro, o setor agroindustrial ainda enfrenta entraves macroeconômicos importantes, como a taxa de juros elevada, que aumenta o custo de capital e inibe investimentos, e o chamado “tarifaço”, que afetou as expectativas empresariais.
Por outro lado, há fatores positivos que ajudam a sustentar o desempenho recente, como o aquecimento do mercado interno e a ampliação das exportações para novos destinos, em resposta às tensões comerciais com os Estados Unidos.
Perspectivas para 2025
O levantamento do FGVAgro mostra que, embora o setor tenha recuperado parte do dinamismo em setembro, a consolidação de uma retomada sustentável dependerá da redução de custos financeiros, do avanço nas políticas de incentivo à produção industrial e da estabilidade nas relações comerciais internacionais.
“O crescimento recente é um sinal positivo, mas ainda insuficiente para garantir um fechamento de ano com saldo positivo. A agroindústria precisa de um ambiente econômico mais favorável para sustentar o ritmo de expansão”, apontam os analistas do estudo.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






