Ato da esquerda em Rondonópolis tenta transformar Coder em palco político, apesar de processo já liquidado pelo TCE
Lideranças de esquerda, incluindo o advogado Dr. Olivar, insistem em reviver uma pauta juridicamente encerrada e aproveitam mobilização para tentar projetar desgaste à gestão municipal Foto: Reprodução
A manifestação realizada na tarde desta quarta-feira (26), no chafariz da Câmara de Rondonópolis, expôs uma tentativa clara das lideranças de esquerda da cidade — incluindo o advogado Dr. Olivar — de transformar o processo de liquidação da Coder, já validado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e juridicamente encerrado, em palanque político. Mesmo sabendo que não há possibilidade de reversão administrativa, o grupo buscou reacender a discussão como se ainda houvesse margem para debate.
A estratégia era evidente: pressionar o Legislativo de dentro para fora, criando ambiente político artificial durante a sessão. Havia servidores acompanhando os trabalhos no plenário, mas a pauta simplesmente não entrou na agenda da Câmara — e por um motivo simples: não havia nada da Coder para ser votado. Não existia matéria, deliberação ou mecanismo capaz de alterar o destino da estatal. Assim, qualquer tentativa de “virada política” colidiu diretamente com a realidade.
Sem espaço para projeção no plenário, a mobilização se deslocou para o lado de fora, reunindo cerca de 50 a 60 pessoas no chafariz da Casa de Leis. O ato teve público, mas não sustentou a pretensão de ressuscitar um tema que já está legalmente pacificado. A água gelada do chafariz acabou funcionando como metáfora perfeita: a pauta estava fria porque já nasceu fria.
Foi ali que o vereador Júnior Mendonça tentou inflamar a mobilização:
“Tem que fazer greve, tem que trabalhar no estado de greve, fazer a operação tartaruga, companheiros e companheiras.”
E complementou com um discurso ideológico:
“As maiores empresas públicas e que dão mais lucro são as empresas públicas aqui no Brasil. Esse movimento é legítimo, essa greve é legítima e podem contar com o gabinete do vereador Júnior Mendonça e com o Partido dos Trabalhadores.”

Ao lado das lideranças, estava o advogado Dr. Olivar — que por anos se apresentou como figura da direita local, mas após pedir exoneração do Procon passou a atacar o prefeito Cláudio Ferreira e hoje aparece alinhado às lideranças de esquerda nessa pauta. Em sua fala, afirmou:
“Então quero encorajar vocês, e se vocês pararem esse prefeito com essa chuva abençoada que Deus vai mandar, em porção dobrada para molhar com a lóbulis, eles vão ver o quanto vocês são importantes para o serviço dessa cidade e vai aprender a valorizar.”
Ao final, os servidores decidiram entrar em greve na quinta, sexta e sábado. Porém, o movimento não altera o ponto central: a liquidação da Coder segue irreversível, validada pelo TCE, cumprindo rito jurídico e administrativo que não retrocede com manifestação ou pressão política.
Para analistas, o ato revelou mais sobre a estratégia das lideranças de esquerda — incluindo Dr. Olivar e os demais articuladores do grupo — do que sobre qualquer possibilidade real de reverter a situação da estatal. O grupo tentou fazer palco com uma pauta encerrada. O espetáculo aconteceu, mas o objeto político continuou inexistente.






