Açúcar inicia semana em alta, impulsionado por expectativas de safra e reações do mercado internacional
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Mercado internacional do açúcar reage e encerra semana em alta
Os contratos futuros do açúcar encerraram a última semana em alta nas bolsas internacionais, refletindo um movimento de recuperação após um período de forte pessimismo. De acordo com o analista Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, o mercado segue pressionado, mas apresenta sinais de que a tendência negativa pode estar se alongando mais do que a realidade justifica.
Na ICE Futures, de Nova York, todos os lotes do açúcar bruto fecharam em terreno positivo na sexta-feira (21). O contrato março/26 foi negociado a 14,78 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 12 pontos em relação ao dia anterior. O vencimento maio/26 subiu 10 pontos, cotado a 14,29 cts/lb, enquanto os demais contratos avançaram entre 7 e 9 pontos.
Em Londres, na ICE Futures Europe, o açúcar branco também encerrou o pregão valorizado. O contrato março/26 foi comercializado a US$ 424,10 por tonelada, alta de US$ 4,10, e o maio/26 subiu US$ 3,10, para US$ 418,60 por tonelada.
Fatores que influenciam o mercado: petróleo, câmbio e clima
Entre os fatores que continuam pressionando o setor, Corrêa destaca o baixo desempenho do petróleo, o Real mais firme e a falta de sustentação nos preços da energia. Além disso, as expectativas de uma safra 2026/27 mais robusta e a rolagem das usinas também contribuem para a cautela.
No entanto, há fatores que sustentam uma visão mais otimista, como a vulnerabilidade estrutural da posição dos fundos, a produção brasileira abaixo de 40 milhões de toneladas na atual safra, os impactos climáticos sobre os canaviais e a possibilidade de que a produção total de cana em 2026/27 fique abaixo de 600 milhões de toneladas.
Açúcar inicia nova semana em alta e mercado projeta safra 2027/28
Com o início da nova semana, o açúcar manteve o viés positivo nesta segunda-feira (24). Em Nova York, o contrato março/26 era negociado a 14,84 cents de dólar por libra-peso (+0,41%), o maio/26 a 14,35 cents (+0,42%) e o julho/26 a 14,29 cents (+0,49%). Já em Londres, o adoçante apresentava leve correção, cotado a US$ 423,40 por tonelada (-0,17%).
Segundo análise da Archer Consulting, o mercado tem mostrado maior valorização nos contratos de prazos mais longos, o que indica uma percepção de que os preços baixos e prolongados esperados para 2026/27 podem comprometer investimentos, renovação de canaviais e uso de insumos agrícolas, com efeitos diretos sobre a produtividade futura. A curva de preços indica um valor médio de 14,50 cents/lb para 2026/27 e 15,32 cents/lb para 2027/28, representando um prêmio de aproximadamente 82 pontos (ou US$ 18 por tonelada) para os contratos mais longos.
Fundos e volatilidade aumentam a incerteza no setor
A posição dos fundos de investimento segue como um dos elementos mais sensíveis para o mercado. Dados da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), de 7 de outubro, mostram que os fundos recompraram cerca de 34 mil lotes em duas semanas — período em que os preços subiram 97 pontos. No entanto, há uma lacuna de seis semanas sem novas atualizações, o que aumenta a incerteza em meio à volatilidade recente das cotações.
Oferta global e decisões da Índia influenciam preços
As cotações também foram influenciadas por fatores fundamentais, como a decisão do Ministério da Alimentação da Índia, que autorizou a exportação de 1,5 milhão de toneladas de açúcar na safra 2025/26 — abaixo das estimativas de 2 milhões de toneladas. A redução reforçou a percepção de restrição na oferta global.
Por outro lado, a Organização Internacional do Açúcar (ISO) projeta um superávit global de 1,625 milhão de toneladas em 2025/26, revertendo o déficit de 2,916 milhões da safra anterior. A entidade aponta que a recuperação da produção em países como Índia, Tailândia e Paquistão deve impulsionar o excedente, elevando a produção mundial para 181,8 milhões de toneladas, um aumento de 3,2% em relação ao ciclo anterior.
Mercado interno encerra semana com leve queda
No mercado doméstico, o açúcar cristal registrou queda pelo segundo dia consecutivo na sexta-feira (21). A saca de 50 quilos foi comercializada pelas usinas a R$ 106,50, ante R$ 106,81 da quarta-feira, recuo de 0,29% no comparativo diário.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






