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Dono de posto salvou comparsa “jurado” pelo CV em MT

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Além da função de liderança dentro da organização criminosa da qual fazia parte, Thiago Gomes de Souza, o “Baleia”, também atuou como apaziguador. É o que narra uma situação descrita na decisão da juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, e que resultou na deflagração da Operação Jumbo, deflagrada pela Polícia Federal na última segunda-feira (16).

O documento, que o FOLHAMAX teve acesso, aponta que Baleia evitou que um de seus contatos fosse executado pelo Comando Vermelho. A investigação aponta que Tcharles Rodrigo Ferreira de Moraes havia sido “jurado” pela facção, por conta de divergências relacionadas a uma apreensão de drogas feita pela polícia.

De acordo com a Polícia Federal, no dia 28 de novembro, a esposa de Tcharles, identificada como Roseli teria feito diversas ligações, narrando que homens armados teriam invadido um evento no barracão “Fernandinho do Porto”, em Mirassol D’Oeste. O propósito do ataque era atingir Tcharles, que foi atingido com um tiro na mão, juntamente com Josivaldo de Lima Gomes Filho.

Josivaldo de Lima Gomes Filho, segundo a Polícia Federal, era envolvido com tráfico de drogas e escapou de uma abordagem policial que apreendeu, em novembro de 2021, 143 quilos de cocaína, na região de Cáceres. Tcharles, então, sugeriu que Roseli saísse de casa, por acreditar que ela pudesse estar correndo risco. Ele revelou ainda que sua intenção era ir para casa de Franciely Vieira Botelho, esposa de Thiago “Baleia”.

“Já no dia 28.11.2021, Roseli teria sido interceptada em comunicação com seu pai, relatando que teriam realizado disparos de arma de fogo em direção à sua casa, dispondo que, em razão disso, ela e Tcharles iria “sumir”. Prosseguiu informando que Tcharles havia sido “decretado” pelo Comando Vermelho, juntamente com uma pessoa alcunhada por Tiago, Josivaldo e “Ticha””, diz a decisão.

Roseli teve uma ligação interceptada, onde apontava que Thiago Baleia, que seria seu primo, seria “amigão” do “chefão” do Comando Vermelho e que todas as ações da facção seriam levadas ao conhecimento dele. Posteriormente, Roseli teve outra ligação interceptada, onde foi informada que o atentado teria como alvo um homem conhecido como “Fernando Porto”, pois ele estaria atuando como banco paralelo, sem realizar o pagamento de um percentual exigido pelo Comando Vermelho.

“Não bastasse isso, a partir de elementos obtidos por meio do Afastamento do Sigilo Telefônico, Tiago Baleia foi identificado como sendo pessoa próxima aos líderes da facção criminosa Comando Vermelho, sugestionando que ele seria comunicado para resolver um desentendimento havido com Tcharles, uma vez que teria sido sentenciado à morte por integrantes da facção, possivelmente em decorrência de desentendimento pela apreensão de mercadoria de entorpecentes”, diz trecho da decisão.

OPERAÇÃO JUMBO

A Operação Jumbo foi deflagrada na última segunda-feira (18), pela Polícia Federal. Oito pessoas foram presas e se cumpriram ainda 29 mandados de busca e apreensão, em diversos endereços. Além do empresário Thiago Gomes de Souza, conhecido como Baleia, a Polícia Federal prendeu Johnny Luiz Santos, Marcio de Oliveira Marques, Mirian de Luna Cavalcanti, Tcharles Rodrigo Ferreira de Moraes, Josivaldo de Lima Gomes Filho, Tiago Teixeira da Silva e Kézia Moraes Cardeal.

De acordo com a investigação, o grupo utilizava postos de combustíveis para lavar o dinheiro dos lucros do tráfico. Thiago Gomes de Souza é proprietário do posto Petrox, na avenida Miguel Sutil, e dos postos Atalaia e Jumbo, na rodovia Palmiro Paes de Barros.

O grupo era liderado por Thiago Gomes de Souza, conhecido como “Baleia” no Comando Vermelho, o empresário foi detido em sua própria casa no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá. Em sua residência, foram apreendidos R$ 40 mil dentro de um guarda-roupa, além de uma grande quantia em um cofre nos postos que ele era proprietário. No total, foram apreendidos R$ 350 mil.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, o grupo adquiria a droga em Porto Esperidião. Na sequência, a organização criminosa mantinha os entorpecentes em Mirassol D’Oeste e só depois a cocaína era enviada para Cuiabá, onde era comercializada.

Fonte: Folha Max

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