Marco Aurélio e Mariana criam confusão e travam reajuste de servidores em Primavera do Leste
Emenda ilegal derrubada pela Comissão de Justiça expôs o uso político do reajuste salarial dos servidores municipais Foto: Fotomontagem NMT
O projeto de lei que concede reajuste salarial a nove categorias do funcionalismo de Primavera do Leste acabou travado nesta sexta-feira (17) por uma emenda inconstitucional apresentada pela vereadora Mariana Carvalho (PL). A proposta, que tentava retirar do texto o cargo de Assessor Especial da Secretaria de Administração, foi rejeitada pela Comissão de Justiça e Redação (CJR) ainda na tarde do mesmo dia. O parecer, assinado por Gislaine Yamashita (PL) e acompanhado por Karla da Saúde (MDB) e Sérgio Crocodilo (União Brasil), apontou violação ao artigo 89 do Regimento Interno .
O PL nº 1831/2025, enviado pelo prefeito Sérgio Machnic (PL), reajusta os salários de psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, técnicos em higiene dental, auxiliares de consultório dentário e maqueiros, além de criar o cargo de terapeuta ocupacional, fundamental no atendimento a crianças com autismo. O texto também prevê o cargo de assessor técnico da Administração, voltado à modernização dos processos diante da nova Lei de Licitações .
Durante a sessão, o presidente da Câmara, Marco Aurélio Salles (PRD), deveria ter barrado a emenda no plenário, mas preferiu acatar um parecer jurídico encomendado, que tentava validar a proposta. O erro foi corrigido horas depois pela Comissão de Justiça, que declarou a emenda inconstitucional. O episódio expôs publicamente as intenções políticas do presidente, que mostrou suas garras ao usar o regimento interno de forma distorcida para tentar enfraquecer o Executivo.
Mariana Carvalho, por sua vez, mantém um comportamento de confronto permanente. Atua como uma das vozes mais agressivas da oposição e cria confusão independentemente do que o prefeito faça. Ignorou que o impacto financeiro do reajuste está dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, com gasto total de 48,01% da Receita Corrente Líquida — bem abaixo do limite de 54% .
Nos bastidores, o gesto foi interpretado como tentativa de autopromoção e alinhamento ao grupo do ex-prefeito Léo Bortolin (MDB). “Ela fala em moralidade, mas se alimenta do caos”, avaliou um vereador da base.
Nas redes sociais, a oposição misturou os assuntos e divulgou vídeos que confundiram os servidores. As publicações sugeriam que o reajuste seria excludente e que outras categorias ficariam de fora, o que é falso. O projeto não faz parte do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), mas de um arranjo emergencial para permitir a contratação de profissionais que atendem crianças com autismo nas escolas municipais. O PCCS segue em fase de elaboração e, segundo a Prefeitura, será implantado conforme compromisso assumido pelo prefeito Sérgio Machnic ainda na campanha.
O episódio deixou evidente o contraste entre uma administração que governa e uma oposição que prefere jogar para a plateia.