Polícia Civil cumpre nova fase da Operação Poço sem Fundo em Mato Grosso
Investigações apuram desvio de R$ 22 milhões na Companhia Mato-grossense de Mineração entre 2021 e 2023
Por: NMT / PJC-MT
10 de setembro de 2025
Foto: Reprodução
A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (10), a segunda fase da Operação Poço sem Fundo, que apura um esquema de fraude e desvio de recursos públicos na Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat). Ao todo, 13 ordens judiciais foram cumpridas nesta etapa, incluindo sequestro de imóveis e veículos, além do bloqueio de R$ 22 milhões.
Segundo a Polícia Civil, as medidas cautelares englobam ainda a proibição de acesso às dependências da Metamat, entrega de passaporte e determinação de comparecimento em juízo. Os investigados são suspeitos de integrar um grupo criminoso que teria fraudado contratos de perfuração de poços artesianos destinados a comunidades rurais.
Três auditorias da Controladoria Geral do Estado (CGE) apontaram que, entre 2021 e 2023, os desvios ultrapassaram R$ 22 milhões. Foram identificados poços construídos em propriedades privadas, áreas de garimpo e até em granjas, além de obras mal executadas, pagas mesmo quando resultaram em poços secos ou impróprios para uso.
Na primeira fase da operação, realizada em 8 de maio, a Justiça expediu 226 ordens judiciais contra seis empresas e 24 pessoas físicas, entre servidores, ex-servidores e empresários. Na ocasião, houve suspensão de pagamentos pelo Estado e afastamento de funcionários públicos da Metamat.
As apurações indicam crimes de peculato, fraude em licitações, falsidade ideológica majorada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O Judiciário já determinou novas auditorias para detalhar o prejuízo em cada contrato investigado.
O nome da operação faz referência à expressão popular “buraco sem fundo”, em alusão aos desvios milionários em contratos de perfuração de poços que deveriam garantir água potável a comunidades carentes de Mato Grosso.