• 2 de agosto de 2025
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MEIO AMBIENTE

MPF investiga estrada construída sem licença em terra indígena de MT

Obra de 143 km dentro de área protegida gerou desmatamento e multa de R$ 500 mil à Prefeitura, aponta Ibama
Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil para apurar a construção irregular de uma estrada de 143 quilômetros dentro da Terra Indígena Parque do Xingu, no município de Querência (912 km de Cuiabá). A investigação foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (30) e aponta possíveis danos ambientais e ausência de licença legal para a obra.

De acordo com a portaria assinada pelo procurador Gabriel Infante Magalhães Martins, a estrada — conhecida como “Ilha Grande-Aiha” — foi aberta para dar acesso à Aldeia Ilha Grande, mas avançou sobre uma área de preservação ambiental, o que configura infração às normas federais de proteção ao meio ambiente e aos direitos dos povos indígenas.

Um relatório elaborado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) revelou que cerca de 143 hectares de vegetação nativa foram desmatados para a abertura da via. Como consequência, o órgão ambiental aplicou um auto de infração e multou a Prefeitura de Querência em R$ 500,5 mil no dia 12 de fevereiro deste ano.

O caso está sob responsabilidade da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, que conduz apurações relacionadas a comunidades tradicionais e meio ambiente. A Prefeitura de Querência foi procurada para comentar a denúncia, mas não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

A Terra Indígena Parque do Xingu é uma das maiores áreas protegidas do país e abriga dezenas de povos indígenas, entre eles os Kamaiurá, Kuikuro, Kalapalo e Wauja. A região é considerada estratégica para a conservação da biodiversidade e a proteção de culturas ancestrais.