• 2 de agosto de 2025
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ECONOMIA

Carne de Mato Grosso será redirecionada após tarifa dos EUA; indústrias miram Ásia

Com aumento de imposto assinado por Trump, frigoríficos buscam ampliar exportações para Coreia do Sul, Japão e Vietnã
Foto: Reprodução

A produção de carne bovina de Mato Grosso destinada aos Estados Unidos será redirecionada para outros mercados internacionais após o presidente norte-americano Donald Trump assinar, nesta quarta-feira (30), um decreto que eleva a tarifa de importação sobre produtos brasileiros para 50%.

Segundo o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), a medida impacta diretamente cerca de 37 mil toneladas de carne que seriam exportadas ao mercado americano — o equivalente a 7,2% do total embarcado pelo estado no primeiro semestre de 2025, com faturamento estimado em US$ 119 milhões.

Apesar do impacto, o setor não projeta prejuízos imediatos. Conforme o Sindifrigo, os frigoríficos mato-grossenses anteciparam embarques e suspenderam a produção voltada aos padrões dos EUA cerca de 10 dias antes do fim do prazo de vigência das antigas tarifas, evitando acúmulo ou excedente nos estoques.

Abertura de novos mercados

À TV Centro América, o vice-presidente do Sindifrigo, Luiz Antonio Freitas Martins, informou que as indústrias do estado estão negociando com apoio do Governo Federal e do Ministério da Agricultura (Mapa) a abertura de novos mercados estratégicos, como Coreia do Sul, Vietnã e Japão.

Esses países ainda não importam carne brasileira devido a restrições sanitárias anteriores, ligadas à febre aftosa. No entanto, com o reconhecimento recente do Brasil como país livre da doença sem vacinação — certificado há dois meses —, a perspectiva é de avanço nas tratativas e possível abertura desses destinos.

Atualmente, os Estados Unidos representam o segundo maior comprador da carne bovina brasileira, com 13,69% do volume exportado. Mato Grosso, por sua vez, envia cerca de 12% da sua produção ao país norte-americano, ficando atrás apenas da China, que absorve mais de 40% do total estadual.

Impacto limitado, mas com desafios

Embora a medida não deva gerar perdas imediatas, o cenário ainda impõe desafios logísticos e comerciais. Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, parte da produção poderá ser redirecionada ao mercado interno, mas com preços menos vantajosos.

“Ainda que o Brasil tenha uma rede diversificada de exportações, não há um único mercado capaz de absorver, de imediato, as 400 mil toneladas previstas para os Estados Unidos”, destacou Perosa, por meio da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

O setor agora aposta na agilidade diplomática e no fortalecimento das relações comerciais com a Ásia para manter o ritmo de produção e evitar prejuízos a longo prazo.

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