A Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) atendeu, no primeiro semestre deste ano, mais de 80% das demandas registradas pela ouvidoria setorial. Entre os meses de janeiro e junho, foram contabilizados 496 registros, dos quais 475 já foram finalizados. Apenas 21 demandas ainda aguardam encerramento.

A maioria dos registros refere-se a denúncias ambientais, somando 343 comunicações formais, especialmente sobre desmatamento ilegal e extração irregular de minério, que seguem liderando o ranking de ilícitos reportados. Os demais registros incluem reclamações, pedidos de informação e solicitações de providências relativas aos serviços prestados pelo órgão.

Segundo a secretária estadual de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, a agilidade na resposta ao cidadão tem fortalecido o papel institucional da Ouvidoria Setorial. “O atendimento ao cidadão é uma das prioridades da Sema. A Ouvidoria, a exemplo de outros setores estratégicos, integra o plano de gestão com metas a serem cumpridas dentro dos prazos pré-estabelecidos”, afirmou.

Tecnologia e monitoramento diário

Além da escuta ativa da população, a Sema-MT tem intensificado a fiscalização ambiental com o uso de tecnologia, como imagens de satélite de alta resolução espacial e temporal, fornecidas pela constelação Planet. Os alertas diários permitem identificar rapidamente alterações na vegetação nativa, com respostas ágeis às infrações ambientais.

“O acesso diário às imagens e aos alertas de alterações na vegetação nativa possibilitou ao governo o desenvolvimento de um modelo inovador de monitoramento e resposta aos ilícitos ambientais”, destacou Lazzaretti.

Segundo dados do MapBiomas, Mato Grosso está entre os estados que mais atuaram sobre áreas sob alerta de desmatamento, com resultados expressivos no comparativo entre os anos de 2018 e 2024.

Multas e embargos em alta

A atuação fiscalizatória resultou em um aumento de 706% na emissão de autos de infração, que saltaram de 679, em 2018, para 4.792, em 2024. O valor total das multas aplicadas cresceu 348%, passando de R$ 392 milhões para R$ 1,76 bilhão no mesmo período.

A área embargada também apresentou alta significativa: foram 152.170 hectares interditados em 2024, contra 90.616 hectares em 2018 — um aumento de 68%.

Os números refletem o esforço do Governo do Estado em intensificar a fiscalização, promover maior transparência e envolver a sociedade no combate aos crimes ambientais em Mato Grosso.