Mato Grosso retira mais de 2 mil celulares de presídios e reduz fugas com programa de combate a facções
Operações constantes, reforço na segurança e fiscalização rigorosa contribuem para enfraquecer comunicação entre presos e criminosos nas ruas Foto: SECOM-MT
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso (Sejus) retirou 2.387 aparelhos celulares das unidades prisionais do Estado no primeiro semestre de 2025, como parte do Programa Tolerância Zero contra Facções Criminosas, lançado em novembro do ano passado. Os números refletem o impacto direto das 405 operações de revista realizadas em 41 unidades prisionais do sistema penitenciário estadual.
Segundo a Sejus, 16 unidades não registraram nenhum celular apreendido, e outras sete apresentaram apenas um aparelho encontrado durante as ações, o que demonstra o avanço no controle interno.
Além dos celulares, as forças de segurança também removeram 907 chips, 4.805 porções de entorpecentes, 1.072 carregadores, 27 drones e 248 armas artesanais. O material ilícito era usado por presos para se comunicar com o exterior e ordenar práticas criminosas.
Para o secretário de Estado de Justiça, Vitor Hugo Bruzulato, os resultados são fruto da integração entre estrutura, tecnologia e rigor operacional. “As ações constantes da Polícia Penal, somadas à modernização dos procedimentos e à instalação de equipamentos eletrônicos de segurança, estão surtindo efeito. Vamos continuar firmes para garantir tranquilidade à população mato-grossense”, afirmou.
Reestruturação e combate direto às facções
As medidas fazem parte da reestruturação da política penitenciária estadual, voltada ao bloqueio de articulações criminosas internas e externas. A estratégia é frear o domínio territorial e o comando de crimes a partir dos presídios, como homicídios, tráfico e extorsão.
Advogados flagrados com material ilícito
Entre janeiro e junho, oito advogados foram flagrados tentando entrar em presídios com materiais ilícitos ou procurações falsas. O caso mais grave ocorreu em fevereiro, quando um escâner corporal detectou 1.200 cigarros escondidos sob o forro do paletó de um advogado na Penitenciária Central do Estado.
Outro episódio, em maio, revelou a tentativa de entrada de maconha escondida dentro de uma caneta, entregue a um preso de segurança máxima. Em todos os casos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi oficialmente comunicada.
Fugas em queda
Com o reforço nas revistas, retirada de armas artesanais e mudanças nos protocolos de segurança, a Sejus também registrou queda significativa no número de fugas em unidades prisionais. A pasta não divulgou números exatos, mas atribui o resultado ao controle mais rígido nas entradas e à vigilância constante nos raios de segurança.
O Governo do Estado reafirma que o enfrentamento ao crime organizado continuará sendo prioridade dentro e fora das prisões.