Filha de Renato Nery acredita em mais mandantes por trás do assassinato do pai em Cuiabá
Ex-presidente da OAB-MT foi morto a tiros em julho de 2024; empresário e ex-policial estão entre os já presos, mas família diz que crime envolveu mais interessados por disputa de terras Foto: Victor Ostetti/MidiaNews
A empresária Lívia Moreira Gomes Nery, filha do advogado e ex-presidente da OAB-MT Renato Nery, afirmou em entrevista à TV Vila Real que acredita na existência de mais mandantes envolvidos no assassinato do pai, ocorrido em julho de 2024, em Cuiabá. Segundo ela, o crime teria motivações ligadas a uma antiga disputa fundiária.
Renato Nery foi executado a tiros em plena luz do dia, quando chegava ao seu escritório na Avenida Fernando Corrêa. Ele chegou a ser socorrido com vida e levado ao Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.
Atualmente, o casal de empresários Cesar Jorge Sechi e Julinere Goulart Bentos está preso, acusado de ser mandante do crime. No entanto, para a filha da vítima, é pouco provável que eles tenham agido sozinhos. Ela declarou que a disputa envolvia terras de grande valor, com histórico de posseiros e várias famílias interessadas.
A empresária argumenta que as provas contra os empresários são consistentes, mas sugere que outras pessoas possam ter colaborado por trás do planejamento do homicídio, incluindo possíveis membros da mesma família. Ela também questionou o valor informado como pagamento pelo assassinato — R$ 150 mil, segundo confissão de um dos envolvidos —, considerando o montante incoerente para um crime com tamanha articulação e número de envolvidos.
Entre os já presos e indiciados pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estão:
- Heron Teixeira Pena Vieira, ex-policial militar da Rotam, que confessou participação no crime;
- Alex Roberto de Queiroz Silva, caseiro, suspeito de ser o autor dos disparos;
- Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins — todos policiais militares.
Segundo as investigações, o advogado tentava formalizar a transferência das terras para o nome das filhas e temia não a própria morte, mas a perda dos bens. A motivação do crime, conforme apurado até agora, gira em torno da tentativa de impedir essa transferência patrimonial.
A filha de Renato Nery declarou que a família seguirá buscando justiça até que todos os envolvidos, direta ou indiretamente, sejam responsabilizados. A polícia segue apurando se há outros mandantes ou financiadores ocultos por trás do crime.