Vídeo de tortura encontrado em celular revela punições de facção em Mato Grosso; Veja o vídeo
Imagens mostram três jovens sendo agredidos e forçados a raspar a cabeça como forma de punição; material foi localizado com suspeito preso em operação da Polícia Civil Foto:
Um vídeo encontrado no celular de um criminoso preso durante uma operação da Polícia Civil escancarou novamente a violência e o domínio exercido por facções criminosas em Mato Grosso. As imagens, de extrema crueldade, mostram três jovens sendo brutalmente punidos por membros da organização criminosa, num ritual conhecido como “salve”, utilizado como método de controle interno.
O conteúdo foi localizado em um dos três celulares apreendidos com Anderson Wagner Soares da Conceição, de 43 anos, capturado na última sexta-feira (9) no bairro Porto, em Cuiabá, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão. A casa onde ele foi encontrado era utilizada como ponto de venda de drogas, segundo informações da polícia.
Na residência, os investigadores localizaram porções de maconha, comprimidos de ecstasy, balanças de precisão e diversos materiais para embalar entorpecentes. Entretanto, o achado mais perturbador foram os vídeos salvos no aparelho do suspeito, que reforçam a atuação violenta das facções na região.
Nas imagens, duas mulheres e um homem aparecem visivelmente abalados, sendo forçados a raspar os próprios cabelos sob agressões físicas, como tapas no rosto, desferidos por um homem que se apresenta como “disciplina” — nome dado ao responsável por aplicar punições dentro da estrutura criminosa. O vídeo mostra o método cruel utilizado para impor medo, obediência e “correção” de condutas consideradas inadequadas pela facção.
As autoridades ainda não identificaram quando ou onde o vídeo foi gravado, tampouco confirmaram a identidade das vítimas, mas o material foi anexado às investigações e deverá servir como prova do envolvimento direto de Anderson com o grupo criminoso.
O suspeito foi conduzido à delegacia, onde permanece à disposição da Justiça. Ele deve responder por tráfico de drogas e associação criminosa, podendo também ser investigado por envolvimento em atos de tortura ou facção criminosa, dependendo da análise dos elementos apreendidos.
A Polícia Civil segue investigando o caso e reforça que qualquer informação sobre crimes relacionados a facções pode ser repassada anonimamente pelo Disque-Denúncia 197 ou pelo telefone 181.