CEI ouve representantes da Apor e cobra esclarecimentos sobre bens e recursos da Santa Casa de Rondonópolis
Depoimentos de representantes da APOR levantam dúvidas sobre gestão de recursos e patrimônio entre as instituições Foto:
A Comissão Especial de Inquérito (CEI), que apura a situação financeira da Santa Casa de Rondonópolis, realizou nesta terça-feira (06/05) mais duas oitivas na Câmara Municipal. Foram ouvidas a advogada Silvia Muchagata, voluntária da Associação dos Pacientes Oncológicos de Rondonópolis (Apor), e a gestora da entidade, Maria Marleide Ferreira Narciso.
As oitivas tiveram como foco a relação entre a Santa Casa e a Apor, especialmente no que diz respeito à gestão de recursos, doações patrimoniais e responsabilidades institucionais. O relator da CEI, vereador Vinícius Amoroso, destacou a existência de contradições nos depoimentos e na condução administrativa das entidades.
“Estamos buscando entender toda essa logística. Há doações feitas tanto à Apor quanto à Santa Casa, e ainda não está claro o que pertence a cada uma. As funções institucionais parecem sobrepostas, o que tem gerado confusão e prejuízos”, afirmou Amoroso.
Um dos pontos que gerou maior preocupação é a doação de uma fazenda, cuja posse é disputada pelas duas instituições. Segundo o presidente da CEI, vereador Ibrahim Zaher, a propriedade teria sido destinada à Santa Casa, mas há indícios de envolvimento da Apor na gestão do bem.
“Queremos entender para onde estão indo os bens e recursos. A população precisa de respostas, especialmente diante de uma dívida estimada entre R$ 80 e R$ 90 milhões”, disse Zaher.
A comissão planeja novas oitivas nos próximos dias, com o objetivo de aprofundar as investigações e reunir elementos para a elaboração do relatório final.
A CEI é composta pelos vereadores Ibrahim Zaher (presidente), Vinícius Amoroso (relator), Luciana Horta (revisora), Dr. Manoel Silva Neto e Renan Dourado, com os suplentes Alikson Reis e Wesley Cláudio.