Se há 26 anos Mato Grosso não registra nenhum caso de febre aftosa, o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) teve papel determinante para erradicação do vírus e na preparação para a virada da chave para tornar o Estado livre de febre aftosa sem vacinação, a partir de 2023. A história da participação do órgão junto com os produtores rurais e a criação do Fundo de Erradicação da Febre Aftosa (Fefa), que posteriormente se tornou o Fundo Emergencial de Saúde Animal (Fesa/MT), mudou os rumos da pecuária mato-grossense.
“A partir da fundação do Indea, em 1979, a medicina veterinária de Mato Grosso se estrutura e aí veio a década de 80, 90 e o Indea foi se tornando uma peça cada vez mais importante de combate à febre aftosa e hoje é totalmente importante nesse momento para manter as conquistas dessas últimas décadas e todo mundo hoje está muito ciente da vigilância animal”, destacou a jornalista Martha Baptista, que junto com Sérgio Oliveira, contou a epopeia veterinária para erradicar o vírus nas 318 páginas do livro, lançado nesta quinta-feira (16), na Famato.
O diretor técnico em exercício do Indea, Márcio Adélio de Carvalho, destacou que o livro é um registro histórico importante e chega um ano antes da última vacinação contra a febre aftosa, que será em novembro de 2022. A partir de 2023, o Estado passará a ter o status de livre do vírus sem vacinação.
“O Estado já tem um rebanho bovino de 32 milhões de cabeças e vai alcançar novos mercados com o novo status. Além disso, haverá economia ao produtor sem a necessidade de investir em duas campanhas de vacinação, mais lucro ao produtor e perspectivas de acessar novos mercados para a carne bovina”.
Márcio disse que após o fim da vacinação da aftosa, a vigilância do Indea será ainda maior, estreitando ainda mais os laços com o produtor rural, aumentar a fiscalização para que a autarquia possa agir o mais rápido possível em caso de eventual surto de doenças.
Presidente do Fesa/MT, Antônio Carlos Carvalho de Sousa, destacou que o combate à febre aftosa sempre foi tratado como assunto de Estado e não de Governo. Ele disse que houve participação do Estado de Mato Grosso, com a compreensão de todos os ex-governadores, de que combater a febre aftosa era um assunto de Estado.
“Nós não temos consumidor para consumir toda a carne que produzimos, por isso necessidade de se exportar e reconhecemos o trabalho feito tanto pelos profissionais do Estado, quanto pelos profissionais da iniciativa privada e os produtores rurais”.
A criação dos fundos de sanidade animal é um exemplo bem-sucedido de uma parceria público-privada. Para o presidente do Fesa, a reestruturação do serviço de vigilância animal foi muito importante pelo crescimento da nossa pecuária e somou com o esforço dos profissionais em obterem esses resultados e abrir novos mercados para carne.
“Os mercados exigem a chancela do Governo do Estado e aqui em Mato Grosso é realizado de uma forma bem feita pelo Indea há mais de 30 anos, aliás, a instituição está de parabéns pelo sucesso da erradicação dessa doença. Com isso, que a cada dia possamos acessar novos mercados”.
Antônio explica que os mercados mais exigentes são os que melhor remuneram pela carne brasileira e a partir daí o crescimento será limite para crescimento da produção e das exportações do complexo carne. “Nossa pecuária cresce em qualidade e quantidade, trazendo riqueza não só aos produtores, mas a todo Mato Grosso”.