• 31 de março de 2025
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Chuvas Atrasam Colheita de Soja e Afetam Qualidade dos Grãos

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As chuvas intensas no período de colheita têm gerado dificuldades para os produtores de soja, afetando tanto o andamento das atividades no campo quanto a qualidade dos grãos. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as exportações brasileiras de soja apresentaram uma queda significativa em janeiro de 2025, totalizando 1,07 milhão de toneladas – uma redução de 62,43% em comparação com o mesmo período de 2024. Os principais fatores para esse cenário incluem o atraso na colheita e o acesso dificultado às lavouras devido às condições climáticas adversas.

Além dos desafios logísticos e comerciais, a alta umidade pode comprometer diretamente a qualidade dos grãos, favorecendo a deterioração das sementes e aumentando a ocorrência de grãos ardidos. Isso resulta em uma maior incidência de patógenos, impactando negativamente o valor da produção no mercado. Gustavo Zimmer, consultor de desenvolvimento de produtos da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, uma empresa brasileira especializada em soluções genéticas para algodão, soja e milho, salienta a importância de um planejamento eficiente para minimizar os efeitos dessa situação. “A escolha de cultivares com maior tolerância à chuva na colheita, o uso de diferentes ciclos de germinação até a colheita, que permite o escalonamento da colheita, e o manejo fitossanitário adequado são estratégias essenciais para reduzir os danos”, orienta o especialista.

Estratégias para Mitigar os Impactos Climáticos

Zimmer explica que o uso correto de fungicidas, aliado à escolha adequada do produto e ao momento certo de aplicação, é fundamental para proteger as plantas contra infecções e manter a saúde da lavoura. Além disso, a análise do solo e o equilíbrio nutricional são aspectos cruciais para garantir uma produção saudável. “Lavouras bem manejadas, com nutrição balanceada, resultam em plantas mais vigorosas, sadias e com melhor enchimento de grãos, o que melhora a tolerância às adversidades climáticas. Dessa forma, um manejo adequado fortalece a estrutura dos grãos e vagens, reduzindo a absorção excessiva de umidade”, detalha Zimmer.

Outra estratégia importante é a utilização de cultivares com diferentes grupos de maturação, o que possibilita mitigar as perdas causadas pelos grãos ardidos. Essa prática permite otimizar a capacidade operacional de cada propriedade, possibilitando o escalonamento das operações e minimizando o tempo entre a maturidade fisiológica dos grãos e a colheita.

A tolerância genética à deterioração em campo é um critério decisivo na escolha das cultivares, especialmente em regiões tropicais, onde a ocorrência de chuvas durante a colheita é frequente. Zimmer ressalta que fatores como a espessura dos tecidos que formam a vagem influenciam essa tolerância. “Vagens com tecidos mais espessos oferecem maior proteção ao grão contra a absorção e perda excessiva de umidade”, explica.

Variedades com maior teor de lignina, uma característica influenciada pela disponibilidade de nutrientes como cobre e boro, além de uma maior espessura do tegumento da semente, são mais resistentes à deterioração enquanto aguardam a colheita. “Combinando cultivares geneticamente mais tolerantes com boas práticas de manejo, os produtores conseguem reduzir os impactos da umidade excessiva e garantir maior qualidade e rentabilidade na produção da soja”, conclui o especialista.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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