Na manhã desta quarta-feira (26), a Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia de Tapurah, desencadeou a Operação Blood Money, visando o cumprimento de 60 ordens judiciais contra integrantes de uma facção criminosa atuante na região. Os investigados são suspeitos de envolvimento em homicídios qualificados, torturas, assaltos armados e tráfico de drogas.

A operação cumpre 41 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão, expedidos pela Quinta Vara Criminal de Sinop, além de 11 bloqueios de contas bancárias e o sequestro de veículos ligados ao grupo criminoso. As ordens são cumpridas nos municípios de Tapurah, Itanhangá e Cuiabá, com quatro alvos localizados na Penitenciária Central do Estado (PCE).

A operação mobiliza 20 equipes policiais e mais de 80 agentes civis, contando com o apoio da Delegacia Regional de Nova Mutum, seu Núcleo de Inteligência, e diversas delegacias especializadas vinculadas à Diretoria de Atividades Especiais.

Desarticulação da Facção

Desde 2021, Tapurah tem registrado um aumento nos crimes violentos associados à facção, incluindo homicídios, torturas e tráfico de drogas. Em agosto de 2024, a Operação Justiça Impura resultou na apreensão de celulares de membros da organização, ajudando a desmantelar parte da hierarquia do grupo.

As investigações apontaram que a facção possuía uma estrutura hierárquica bem definida, com líderes coordenando as atividades criminosas de dentro e fora do sistema prisional. O grupo utilizava a região como base logística para o tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.

Esquema de Lavagem de Dinheiro

A Polícia Civil identificou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras suspeitas por meio de contas bancárias de terceiros e transações via Pix. A fragmentação dos valores visava mascarar a origem dos recursos obtidos ilicitamente.

Com o bloqueio das contas e o sequestro de bens, a operação busca interromper o fluxo financeiro da facção, dificultando suas atividades.

Declaração das Autoridades

O delegado de Tapurah, Artur Almeida, destacou a importância da descapitalização da facção como estratégia fundamental para conter a criminalidade na região.

“O enfraquecimento econômico da organização criminosa é essencial para reduzir sua influência e capacidade operacional. Com essa medida, tornamos mais difícil para o grupo manter suas atividades ilegais”, afirmou o delegado.

A investigação faz parte da Operação Inter Partes, que integra o programa Tolerância Zero do Governo do Estado, reforçando o combate às facções criminosas em Mato Grosso.