A Defensoria Pública de Mato Grosso entrou com uma ação contra os empresários suspeitos de agredir o morador de rua Anderson Luis da Silva Zahn, de 26 anos, em abril de 2020, em Sinop.
Na ação, protocolada na última quinta-feira (22), os defensores solicitam indenização por danos morais nos valores de R$ 700 mil por danos individuais cometidos contra Anderson e de R$ 1 milhão por danos coletivos causados às pessoas em situação de rua, valor que seria destinado ao Fundo Estadual de Defesa das Pessoas em Situação de Rua.
A ação é assinada pelo defensor público Leandro Jesus Pizarro Torrano, coordenador do Núcleo Cível de Sinop, e pelos defensores públicos e membros do Gaedic Pop Rua, João Paulo Carvalho Dias, Kelly Christina Veras Otacio Monteiro, Rosana Esteves Monteiro Sotto Mayor, e Shalimar Bencice e Silva.
Segundo a defensoria, a ação “visa a reparação dos danos sofridos por um cidadão em situação de rua e, junto com ele, de toda uma coletividade de pessoas que se encontram nessa mesma situação jurídica, em virtude dos desprezíveis atos perpetrados pelos requeridos que, sem qualquer razão e justificativa, desferiram violência verbal, física e psicológica em desfavor”.
Conforme a ação, a agressão ocasionou ofensa à honra e dignidade de Anderson e de toda a coletividade das pessoas em situação de rua.
Além de realizar os atos de violência física e verbal, os agressores ainda filmaram e divulgaram as imagens. Um trecho da ação menciona que a atitude “demonstra o planejamento de toda a ação ilícita, com o intuito único de desmoralizar e vilipendiar um cidadão que, em razão de sua condição de vulnerabilidade social, apenas suplicava por ajuda para poder comer”.
De acordo com a Defensoria, o morador viveu cerca de oito anos nas ruas. Apesar disso, Anderson disse que nunca recusou trabalho.
Após a repercussão do caso, o morador de rua foi encaminhado para uma clínica de reabilitação para dependentes químicos depois que o ex-jogador Juninho Pernambucano viu o vídeo e entrou em contato com o advogado dele.
Foram seis meses de tratamento em uma clínica de reabilitação particular em Cuiabá. Em janeiro deste ano, Anderson se casou e conseguiu um emprego. Atualmente, ele mora de aluguel com a mulher.