A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, ontem (26), não autorizar a importação da Sputnik V, vacina russa contra a Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya e que o Governo de Mato Grosso já acertou a compra de 1,2 milhão de doses.
A decisão foi unânime e se baseou em diversos pareceres técnicos sobre falhas em etapas de produção e análise de segurança do imunizante. Os técnicos ressaltaram que a aprovação poderia colocar em risco a saúde de pelo menos 14,8 milhões de brasileiros.
A reunião de deliberação foi marcada dentro do prazo estipulado pela lei e de acordo com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que determinou a análise da questão em 30 dias. A agência pediu que o prazo fosse suspenso, o que foi negado pelo ministro.
De acordo com a Anvisa, até o momento 14 estados enviaram pedidos de importação da vacina Sputnik para a Anvisa: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins, além dos municípios fluminenses de Maricá e Niterói.
Três especialistas fizeram apresentações: Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos, Ana Carolina Marino, gerente-geral de Fiscalização e Suzie Marie Gomes, gerente-geral de Monitoramento. Todos os técnicos negaram a importação da vacina russa ao Brasil.
Recentemente, o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, anunciou que testou positivo para a COVID-19, isso depois de tomar as duas doses da Sputnik, que no país vizinho já está sendo aplicada há algum tempo. A situação gerou um princípio de crise diplomática e até o presidente russo, Vladimir Putin, se manifestou.