Dólar opera em alta com atenção voltada à ata do Fed e ao cenário político brasileiro
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O dólar opera em alta nesta quarta-feira (19), refletindo um cenário de atenção redobrada dos investidores à ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, além do impacto das recentes denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Na véspera, a moeda norte-americana registrou queda de 0,41%, encerrando o dia cotada a R$ 5,6887. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, teve leve recuo de 0,02%, fechando aos 128.532 pontos.
Dólar e Ibovespa: desempenho dos mercados
Pela manhã, às 10h, o dólar apresentava alta de 0,55%, sendo negociado a R$ 5,7201. Com isso, a moeda acumulava uma leve queda de 0,12% na semana, recuo de 2,54% no mês e desvalorização de 7,95% no ano.
O Ibovespa iniciou as operações também às 10h, após ter registrado uma variação negativa de 0,02% no pregão anterior. No acumulado, o índice apresentava ganhos de 0,26% na semana, 1,91% no mês e 6,87% no ano.
Fatores que influenciam os mercados
O principal evento da semana é a divulgação da ata da reunião de janeiro do Federal Reserve, prevista para esta quarta-feira. Na ocasião, o comitê manteve a taxa básica de juros dos Estados Unidos entre 4,25% e 4,50% ao ano. A expectativa dos investidores é que o documento traga sinais sobre os próximos passos da política monetária americana.
A inflação nos EUA alcançou 3,0% em janeiro, ainda acima da meta de 2,0% do Fed. O mercado segue atento às pressões inflacionárias, impulsionadas por um mercado de trabalho aquecido e por novas tarifas de importação anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump, que entrarão em vigor nos próximos meses. Entre elas, destaca-se a tarifa de 25% sobre automóveis importados.
Autoridades do Fed têm adotado posturas distintas sobre o impacto dessas medidas. Enquanto o diretor Christopher Waller minimizou a influência sobre os preços, a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, defendeu a manutenção dos juros atuais até que haja sinais mais concretos de desaceleração inflacionária.
Cenário político brasileiro no radar dos investidores
No Brasil, o foco do mercado também se volta para o ambiente político após a PGR apresentar denúncia contra Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por suposta tentativa de golpe de Estado. As acusações incluem crimes como liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado contra o patrimônio da União.
Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a denúncia, Bolsonaro se tornará réu e responderá a um processo penal. Ministros do STF avaliam julgar o caso até 2025, antes do período eleitoral de 2026, para evitar interferências no pleito presidencial.
Analistas destacam que a situação gera incertezas sobre a estabilidade política no país, o que impacta diretamente o comportamento dos investidores e a oscilação dos ativos no mercado financeiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio