Insumos biológicos revolucionam o controle de doenças foliares na soja e fortalecem manejo sustentável nas lavouras
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Clima e intensidade produtiva aumentam o desafio das doenças foliares
O aumento da ocorrência de doenças foliares na soja tem se tornado um dos principais desafios dos produtores brasileiros nas últimas safras. O clima tropical, aliado à intensificação dos sistemas produtivos e à adaptação dos patógenos, tem favorecido a disseminação de manchas, lesões e redução da área fotossintética em praticamente todas as regiões agrícolas do país.
Segundo Renan Quisini, especialista em Desenvolvimento Técnico de Mercado da Nitro, doenças como Mancha-Alvo, Septoriose, Cercosporiose, Antracnose e Ferrugem Asiática formam hoje um complexo patogênico de alto impacto agronômico, capaz de provocar perdas superiores a 90% quando não controladas.
“O clima brasileiro, com temperaturas elevadas, alta umidade e hospedeiros disponíveis o ano inteiro, favorece o avanço dessas doenças. A sucessão de culturas como soja–milho, soja–algodão e soja–feijão, somada à presença de plantas voluntárias na entressafra, acelera o ciclo de contaminação”, explica Quisini.
O especialista destaca ainda que o adensamento das plantações, comum em regiões como o Cerrado e o Sul, cria microclimas ideais para o desenvolvimento de fungos como Cercospora, Corynespora e Phakopsora, tornando indispensável a adoção de estratégias de manejo mais modernas e integradas.
Biológicos: aliados silenciosos e eficazes contra fungos
Diante desse cenário, os insumos biológicos vêm se consolidando como uma tecnologia estratégica e sustentável no controle das doenças foliares. Esses produtos atuam de forma complementar e multifuncional, protegendo a área foliar e garantindo a continuidade da fotossíntese, mesmo sob alta pressão de patógenos.
Os microrganismos benéficos presentes nesses insumos colonizam a superfície das folhas, impedindo a germinação de esporos e liberando metabólitos antimicrobianos – como lipopeptídeos e antibióticos naturais – que inibem o crescimento dos fungos ainda nas fases iniciais da infecção. Além disso, ativam os mecanismos de defesa da própria planta, fortalecendo suas estruturas e reduzindo a severidade das doenças.
“Quando aplicados de forma preventiva, os biológicos criam um ambiente hostil aos patógenos e oferecem proteção prolongada, o que é essencial em períodos de instabilidade climática”, ressalta Quisini.
Integração entre biológicos e fungicidas prolonga a eficiência química
Um dos principais benefícios dos insumos biológicos é o prolongamento da vida útil dos fungicidas químicos. O uso contínuo de moléculas de ação sítio-específica pode levar à seleção de resistência nos patógenos. Nesse contexto, os biológicos, por atuarem por múltiplos mecanismos simultâneos, dificultam a adaptação dos fungos e reduzem a pressão seletiva.
“Enquanto o fungicida químico oferece efeito de choque e ação curativa, o biológico impede o novo estabelecimento do patógeno e estimula as defesas internas da planta. Essa combinação amplia o controle e torna o manejo mais eficiente e sustentável”, afirma o especialista.
Escolha e aplicação corretas garantem resultados consistentes
A eficácia do manejo biológico depende da escolha adequada dos produtos. Quisini alerta que o registro no Ministério da Agricultura (MAPA) é um pré-requisito essencial, pois garante que o biofungicida passou por todas as etapas de avaliação e comprovação de eficiência.
Outros critérios importantes incluem a efetividade comprovada contra os principais alvos foliares, qualidade da formulação e compatibilidade com fungicidas, inseticidas e nutrientes usados em misturas de tanque.
Nos últimos anos, o avanço da pesquisa permitiu desenvolver microrganismos mais resistentes às variações climáticas, assegurando desempenho consistente em estados como Mato Grosso, Paraná e Goiás.
Biológicos se consolidam como pilar da soja moderna
Com o avanço das doenças foliares e a busca por práticas agrícolas mais sustentáveis, os insumos biológicos deixaram de ser uma tendência para se tornarem ferramentas indispensáveis na soja moderna.
Silenciosos na ação, mas altamente eficazes nos resultados, eles preservam a área foliar, reduzem perdas produtivas, prolongam a eficiência dos fungicidas químicos e fortalecem o equilíbrio fisiológico da planta.
“Os biológicos elevam o nível de controle, reforçam a saúde da lavoura e ajudam o produtor a manter competitividade e estabilidade produtiva, com responsabilidade ambiental e eficiência agronômica”, conclui Quisini.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio





