StoneX mantém projeção de 60,8 milhões de m³ para combustíveis do Ciclo Otto em 2025 e prevê retomada do etanol em 2026
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Demanda do Ciclo Otto cresce 2% em 2025, com destaque para o etanol
A consultoria StoneX manteve sua projeção de demanda total de 60,8 milhões de metros cúbicos de combustíveis do Ciclo Otto em 2025, o que representa alta de 2% em relação a 2024. A expectativa reflete a estabilidade dos fundamentos de mercado e a convergência com as projeções anteriores da empresa.
Segundo Isabela Garcia, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a principal revisão nas estimativas está relacionada à participação do etanol hidratado no mix de combustíveis.
“A resiliência do etanol, com a paridade de preços abaixo de 70% em importantes regiões consumidoras, tem limitado a queda da demanda, contrariando as projeções iniciais”, explica Garcia.
Com isso, a StoneX revisou a queda no consumo de etanol hidratado para 4% em 2025, uma melhora frente à previsão anterior de retração de 4,8%.
Gasolina C segue em alta, mas ritmo deve ser limitado pelo etanol
A consultoria também projeta crescimento de 4,1% na demanda por gasolina C em 2025, impulsionado pela expansão do consumo de combustíveis leves. No entanto, o desempenho mais favorável do etanol na região Centro-Sul — principal polo produtor e consumidor — tende a conter parte do avanço.
De forma geral, o setor deve manter um mix de combustíveis mais equilibrado, com o etanol sustentando participação próxima a 29% no Ciclo Otto.
Crescimento moderado e retomada do etanol em 2026
Para 2026, a StoneX projeta crescimento moderado de 1,5% na demanda total de combustíveis leves, atingindo 61,7 milhões de m³ — um novo recorde histórico, ainda que com expansão mais contida devido à atividade econômica mais lenta.
Apesar da expectativa de juros menores e inflação sob controle, o avanço do consumo deve ser limitado pelo ritmo mais fraco do PIB. Ainda assim, fatores como aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda poderão sustentar o consumo de combustíveis ao longo do próximo ano.
A consultoria prevê recuperação da demanda de etanol hidratado em 2026, superando os volumes de 2024, e uma maior estabilidade nas vendas de gasolina C, com participação do etanol subindo para cerca de 29% — equivalente a 21,6 bilhões de litros.
Etanol deve enfrentar transição até o início da nova safra
O fim de 2025 vem sendo marcado por alta nos preços do etanol hidratado, resultado dos fundamentos mais apertados da safra 2025/26. Até outubro, o biocombustível manteve consumo elevado, com share de 28,6%, mesmo com estoques 20% menores que no mesmo período do ano anterior.
“As vendas de etanol hidratado somaram 15,7 bilhões de litros até outubro, uma queda de apenas 2,16% em relação a 2024. Contudo, os dois últimos meses do ano devem indicar mudança de tendência, com consumo mais restrito no início de 2026 devido à elevação dos preços”, explica Marcelo Di Bonifácio Filho, analista da StoneX.
A StoneX estima que o preço médio do etanol hidratado PVU em Ribeirão Preto alcance R$ 3,69 por litro em fevereiro de 2026, levando a paridade com a gasolina em 71,5% — nível considerado restritivo para o consumo.
Essa necessidade de contenção da demanda decorre da redução de 5,4% na oferta total de etanol e da alta mistura de anidro na gasolina, que passou para 30% em agosto de 2025.
Produção recorde esperada para a safra 2026/27
A partir de abril de 2026, o cenário deve mudar. Com o avanço da moagem de cana, maior destinação da produção ao etanol e expansão da oferta de etanol de milho, a StoneX projeta uma produção recorde para a safra 2026/27.
“O aumento da oferta e o equilíbrio entre as fontes de etanol devem permitir uma recuperação consistente da demanda e estabilidade nos preços”, afirma Rafael Borges, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Gasolina mantém crescimento, mas perde espaço no mix
A demanda por gasolina C deve continuar crescendo, embora em ritmo mais moderado. Em 2026, a StoneX projeta alta de apenas 0,6%, com consumo total de 46,5 milhões de m³ e redução da participação para 75,3% no Ciclo Otto.
Já a gasolina A — antes da mistura com etanol anidro — deve registrar queda de quase 2%, totalizando 32,5 milhões de m³, reflexo da manutenção da mistura E30 e da menor necessidade de importações.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






