• 15 de dezembro de 2025
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Rituais velhos. Promessas novas

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À medida que o ano termina, somos tomados por uma mistura de sentimentos. Um pouco de nostalgia. Um pouco de esperança. Aquele desejo silencioso de fazer diferente. É tempo de olhar para trás, agradecer o que se conquistou e abrir espaço para o que vem pela frente.

Cada pessoa tem seu ritual, sua crença, suas expectativas. Alguns escolhem a cor da roupa e confiam na simbologia que ela carrega. Outros guardam romã na carteira, comem uvas, pulam ondas, jogam flores no mar. Há quem faça silêncio em oração, quem dobre um papel cheio de pedidos, quem acenda uma vela. E há quem simplesmente adormeça.

Cada gesto. Cada pensamento. Uma forma de crer no recomeço.

E junto vêm as promessas que carregamos no pensamento. Tem quem queira emagrecer, começar na academia, mudar o prato, cuidar do corpo e da mente. Outros sonham em aprender uma nova língua, fazer aquela viagem guardada, fortalecer a fé, retomar vínculos, buscar uma vida mais leve. Cada promessa revela a esperança íntima de um ano melhor.

Tem também quem arrisque nos números da Mega-Sena, participe de bolões e alimente a esperança do grande prêmio do ano. Há quem leia profecias, previsões, horóscopos e qualquer sinal que pareça apontar um caminho mais favorável. No fundo, todos buscamos algum tipo de sinal de que as coisas podem melhorar.

Mesmo com grandes sonhos e expectativas, não podemos esquecer que a alegria está nas pequenas coisas do dia a dia, aquelas que, na correria, deixamos passar despercebidas. Como sentir o calor do sol na pele, o frescor do vento no rosto, a gostosa sensação de andar descalço na grama, deixar a chuva escorrer pelo corpo. A alegria de cantar no chuveiro, comer pipoca na praça, brigadeiro na panela e chupar um picolé que deixa a língua colorida. São momentos simples que se transformam em memórias afetivas felizes.

Passaram-se décadas, gerações, e todos ainda se lembram da canção dos The Fevers. Ela nos recorda o quanto desejamos paz no coração e dos sonhos que ainda vamos viver. Como todo dia nasce novo em cada amanhecer, assim também são os novos dias, os novos anos, o nosso novo ser.

É quando juntamos rituais, promessas, crenças e simbologias que entendemos algo essencial: o ano novo não começa à meia-noite. Começa quando o coração manda. Quando abrimos espaço para a esperança, para uma mente mais aberta, para um caminho diferente. Um caminho que leve à felicidade.

No fundo, cada virada é um convite pessoal e intransferível. O novo não vem da data. Vem da gente. E que a gente possa recomeçar todos os dias, lembrando sempre disso: o novo nasce quando o desejo se reflete de dentro pra fora.

Andrea Maria Zattar, advogada trabalhista, previdenciarista, membro da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica – ABMCJ; membro efetivo da Comissão de Direito do Trabalho da OAB/MT, articulista e ativista em causas sociais.

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