Etiqueta respiratória é para a vida toda: enfermeira Mayara Leite, responsável pelo ESF-16 Central Rural, reforça cuidados e lembra impactos da pandemia
Foto:
A prevenção às doenças respiratórias voltou a ganhar destaque neste período de clima seco e aumento de circulação de pessoas. Em entrevista, a enfermeira Mayara Leite, responsável pelo ESF-16 Central Rural, falou sobre os cuidados essenciais, as orientações que têm sido reforçadas aos pacientes e o impacto emocional que a pandemia deixou nos profissionais de saúde.
Segundo Mayara, os cuidados precisam ser diários e contínuos. Ela reforça que sintomas como tosse, coriza ou irritação na garganta exigem atenção imediata. “A gente sempre recomenda o uso de máscara caso o paciente esteja com algum sintoma. Mesmo em casa, é importante manter distância dos demais moradores para evitar transmissão”, explica.
Entre as orientações gerais destacadas pela enfermeira estão:
• lavar as mãos com frequência, principalmente após tossir, ir ao banheiro, manipular alimentos ou tocar o rosto;
• evitar aglomerações quando houver sintomas respiratórios;
• não frequentar locais como feiras e igrejas durante crises gripais;
• manter álcool em gel sempre por perto;
• reforçar cuidados com crianças, especialmente durante o período de férias.
Mayara também chama atenção para a importância da vacinação infantil, sobretudo para doenças como pneumonia, meningite e sarampo. “Se a criança não tem todas as vacinas em dia, deve evitar festas, encontros e locais com muitas pessoas. O ideal é procurar a unidade para atualizar o cartão vacinal”, orienta.
Na Unidade de Saúde, os protocolos também seguem fortalecidos. Pacientes que chegam apresentando sintomas respiratórios são encaminhados diretamente ao atendimento, evitando o contato com outros usuários.
MARCAS DA PANDEMIA AINDA PRESENTES
Ao relembrar a pandemia, Mayara demonstra emoção e destaca que o período deixou cicatrizes profundas na rotina dos profissionais da saúde. Ela atuou diretamente na UTI durante a primeira fase da crise sanitária.
“Foram muitas mortes. Chegamos a fechar 40 corpos em um único dia. Perdi amigos, colegas técnicos e enfermeiros. Quem trabalhou na linha de frente precisava — e ainda precisa — de apoio psicológico”, afirma.
A enfermeira enfatiza que grande parte dos aprendizados da pandemia precisam ser mantidos como hábitos permanentes. “A mão é o nosso maior contaminante. Tocamos alimentos, portas, corrimões, e outra pessoa toca logo depois. O álcool em gel se tornou nosso aliado e deve continuar sendo”, lembra.
Mayara reforça que a pandemia deixou claro que todo cuidado é essencial e nunca é demais. “Etiqueta respiratória não é só para períodos de crise. É para a vida toda. Esse aprendizado ficou, e precisamos seguir praticando”, conclui.
A Secretaria Municipal de Saúde orienta que a população procure as unidades sempre que surgirem sintomas respiratórios e mantenha a vacinação em dia para reduzir os riscos de contaminação e agravamento das doenças.





