Café tem alta nas bolsas internacionais com queda nas exportações brasileiras e clima favorável às lavouras
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Mercado internacional de café reage à queda nas exportações do Brasil
Os preços do café registraram alta nas bolsas internacionais nesta quinta-feira (11), impulsionados pela queda nas exportações brasileiras e pelas condições climáticas favoráveis nas principais regiões produtoras.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), o arábica operava com ganhos superiores a 1% nos contratos futuros mais próximos. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país embarcou 3,582 milhões de sacas de 60 kg em novembro, uma queda de 26,7% em comparação ao mesmo mês de 2024, quando foram exportadas 4,889 milhões de sacas.
Mesmo com a redução no volume, a receita cambial aumentou 8,9%, saltando de US$ 1,409 bilhão para US$ 1,535 bilhão. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano-safra 2025/26, o Brasil exportou 17,435 milhões de sacas, gerando US$ 6,723 bilhões — um recuo de 21,7% em volume, mas avanço de 11,6% em receita.
Já entre janeiro e novembro de 2025, o total exportado somou 36,868 milhões de sacas, queda de 21% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram embarcadas 46,658 milhões. A receita, no entanto, cresceu 25,3%, passando de US$ 11,377 bilhões para US$ 14,253 bilhões.
Cotações sobem nas bolsas internacionais
Na manhã desta quinta-feira, às 9h30 (horário de Brasília), o arábica subia 660 pontos, cotado a 400,80 cents/lbp para vencimento em dezembro/2025. O contrato para março/2026 avançava 495 pontos, a 377,25 cents/lbp, e o de maio/2026 ganhava 490 pontos, cotado a 360,10 cents/lbp.
O robusta, negociado na Bolsa de Londres, também registrava alta. O contrato de janeiro/2026 subia US$ 41, sendo cotado a US$ 4.262 por tonelada, enquanto o de março/2026 avançava US$ 25, para US$ 4.163 por tonelada. O contrato de maio/2026 aumentava US$ 20, alcançando US$ 4.085 por tonelada.
Desempenho do robusta é impulsionado por oferta vietnamita
De acordo com o portal Barchart, o café robusta encontra suporte em uma melhor oferta global, especialmente após dados do Escritório Nacional de Estatísticas do Vietnã indicarem um aumento de 39% nas exportações em novembro, totalizando 88 mil toneladas. No acumulado de janeiro a novembro, o país exportou 1,398 milhão de toneladas, um crescimento de 14,8% frente ao mesmo período do ano anterior.
Clima traz otimismo para a próxima safra no Brasil
O clima nas regiões produtoras brasileiras segue no radar dos investidores. Segundo pesquisadores do Cepea, os volumes expressivos de chuva registrados nos últimos dias em áreas de café arábica têm aumentado o otimismo para a safra 2026/27, já que favorecem o desenvolvimento das lavouras.
Para o robusta, as condições também melhoraram. Após um período seco que prejudicou o início da temporada, as chuvas no norte do Espírito Santo — principal área produtora dessa variedade — vêm ocorrendo em volumes mais consistentes, reduzindo preocupações sobre a oferta futura.
Perspectivas para o mercado cafeeiro
Analistas apontam que o cenário de incertezas quanto à oferta, clima e câmbio deve manter a volatilidade das cotações internacionais nos próximos meses. Embora a queda nas exportações brasileiras tenha dado suporte aos preços, o setor ainda depende das condições climáticas e da estabilidade econômica global para consolidar a recuperação.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






