Pesquisa da UFLA aponta grande potencial de Minas Gerais para cultivo de pinus e produção de resina
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Um projeto de pesquisa inédito desenvolvido pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) tem revelado resultados promissores para o cultivo de pinus em Minas Gerais, especialmente na região de Lavras. A iniciativa, iniciada em 2015 em parceria com a Resineves Agroflorestal, busca entender como diferentes espécies e materiais genéticos de pinus, não nativos do Brasil, se adaptam ao clima local.
O estudo também avalia o potencial produtivo das árvores, tanto para madeira quanto para resina, substância utilizada em colas, vernizes, tintas, perfumes, chicletes e até rótulos de garrafas de cerveja.
Impacto econômico e ambiental para Minas Gerais
Segundo Lucas Amaral de Melo, coordenador do projeto e professor da Escola de Ciências Agrárias de Lavras (Esal/UFLA), a pesquisa pode gerar benefícios econômicos e ambientais para o estado:
“Minas Gerais representa apenas cerca de 2% da área plantada de pinus no Brasil, e quase toda a madeira usada aqui vem de Santa Catarina e Paraná, encarecendo o produto. A produção regional reduziria custos, abriria novas cadeias de comercialização e ainda contribuiria para a recuperação de áreas degradadas e conversão de pastagens”, explica.
Espécies estudadas e fases do projeto
Os experimentos envolvem Pinus caribaea, Pinus elliottii e híbridos entre as duas espécies, cultivados no campus da UFLA e na Fazenda Palmital, em Ijaci. Planejado para 30 anos, o projeto já entrou na fase de extração e quantificação da resina, considerada o “carro-chefe” da pesquisa.
“Nos primeiros nove anos, acompanhamos crescimento e adaptação das árvores. A partir do nono ano, iniciamos a medição da produção de resina, base da parceria com a empresa”, detalha Lucas Amaral.
Resultados iniciais e seleção de materiais promissores
As análises genéticas realizadas indicam grande variabilidade produtiva, permitindo selecionar os exemplares mais adaptados à região. A pós-doutoranda Lavínia Barbosa Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal (PPGEF/UFLA), explica:
“Observamos diferenças significativas em crescimento e produção de resina. Já conseguimos identificar materiais que se destacam para resina, madeira ou ambos, atendendo diferentes nichos de mercado”.
Outro aspecto relevante é a herdabilidade, ou seja, a capacidade das árvores de transmitir características produtivas às próximas gerações. Valores médios a altos indicam que os materiais selecionados devem manter bom desempenho em novos plantios.
Viabilidade técnica e econômica para produtores rurais
O estudo oferece alternativas de renda para os produtores mineiros, combinando retorno a curto prazo com a resina e ganhos a longo prazo com a madeira.
“Já é possível recomendar materiais genéticos adaptados à região, que produzem mais resina e madeira, garantindo segurança para quem deseja investir”, destaca Lucas Amaral.
Próximos passos da pesquisa
O projeto segue com experimentos de campo e análises laboratoriais, com expectativa de avançar no programa de melhoramento genético, identificar materiais ainda mais produtivos e explorar novas aplicações da resina.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






