Mercado de milho segue travado no Brasil enquanto cotações externas oscilam com expectativa de safra recorde nos EUA
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O mercado de milho brasileiro segue sem grandes estímulos, com poucas negociações e forte divergência entre produtores e indústrias. De acordo com informações da TF Agroeconômica, a falta de avanço nas tratativas se repete em diversos estados, refletindo um cenário de oferta ampla e demanda cautelosa.
No Rio Grande do Sul, o ambiente spot permanece limitado, com negócios restritos a pequenas indústrias e cooperativas. As referências giram entre R$ 58,00 e R$ 72,00 por saca de 60 kg, sem alterações expressivas.
Em Santa Catarina, a distância entre pedidas e ofertas continua impedindo novos acordos. Produtores pedem cerca de R$ 80,00 por saca, enquanto as indústrias ofertam próximo de R$ 70,00. No Planalto Norte, poucas negociações são reportadas entre R$ 71,00 e R$ 75,00 por saca, reforçando o ritmo lento no estado.
No Paraná, o cenário é semelhante. As pedidas giram em torno de R$ 75,00/saca, enquanto as ofertas industriais permanecem próximas de R$ 70,00 CIF, o que mantém o mercado estagnado. Já no Mato Grosso do Sul, o ritmo é igualmente moroso, ainda que sustentado pela demanda do setor de bioenergia. As referências regionais estão entre R$ 52,00 e R$ 56,00 por saca, após ajustes recentes.
B3 oscila e dólar sustenta leves ganhos nas posições curtas
Na Bolsa Brasileira (B3), os preços do milho operaram de forma mista ao longo desta terça-feira (9). Por volta das 10h30 (horário de Brasília), as cotações futuras flutuavam entre R$ 74,22 e R$ 75,46.
- Janeiro/26: R$ 74,22 (-0,38%)
- Março/26: R$ 76,25 (-0,26%)
- Maio/26: R$ 75,46 (-0,13%)
De acordo com análise da TF Agroeconômica, a leve valorização observada nas posições mais curtas foi sustentada pelo avanço do dólar e pelo movimento firme do mercado físico, que mantém trajetória de alta nas últimas semanas.
O Indicador ESALQ/BM&FBovespa de Campinas (SP), medido pelo Cepea, se aproximou do patamar de R$ 70,00 por saca, valor nominal não visto desde maio. O movimento reflete o maior interesse de compradores e a retenção de vendedores, que priorizam o acompanhamento da semeadura e das condições climáticas.
Clima e incertezas limitam oferta e pressionam compradores
Produtores relatam preocupação com o calor excessivo em algumas regiões e, em outras, com os efeitos das chuvas de novembro, fatores que limitam a oferta no mercado spot. Do lado da demanda, indústrias e cooperativas tentam recompor estoques para o fim do ano, mas enfrentam pedidas mais altas, optando por aguardar a entrada da safra de verão.
Com esse quadro, os futuros encerraram o último pregão em leve alta:
- Janeiro: R$ 74,50 (+R$ 0,27)
- Março: R$ 76,41 (+R$ 0,27)
- Maio: R$ 75,66 (+R$ 0,14)
Chicago mantém estabilidade diante de exportações firmes e safra recorde nos EUA
No mercado externo, os contratos de milho na Bolsa de Chicago (CBOT) operaram praticamente estáveis na manhã desta terça-feira (9), com ganhos modestos.
- Dezembro/25: US$ 4,37 (+0,75 ponto)
- Março/26: US$ 4,44 (+0,50 ponto)
- Maio/26: US$ 4,51 (+0,25 ponto)
- Julho/26: US$ 4,57 (+0,25 ponto)
Segundo o portal Farm Futures, as exportações firmes dos Estados Unidos continuam dando suporte aos preços, mas os fundamentos de longo prazo permanecem pressionados pela expectativa de uma colheita recorde no país. O relatório WASDE, a ser divulgado nos próximos dias, deve atualizar as projeções de estoques e produção.
Apesar da leve queda recente, as vendas da primeira semana de novembro superaram as do mesmo período do ano passado, enquanto os embarques norte-americanos ficaram acima das estimativas do mercado.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






