Empresas do Simples Nacional enfrentam risco de “morte súbita” diante de exigências do mercado
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Segundo Carlos Alberto Pinto, diretor do IBPT e CMO do Empresômetro, o Brasil caminha para uma morte súbita das empresas do Simples Nacional. O alerta não decorre de mudanças legais, mas de pressões do mercado, que já começou a exigir das pequenas empresas nível de preparo tributário, financeiro e operacional que muitas ainda não possuem.
Atualmente, 74% dos negócios ativos no país estão no Simples Nacional, e a maioria desconhece conceitos como split payment, segregação de receita e geração de crédito fiscal, fundamentais para sobreviver neste novo cenário.
Perfil das empresas: jovens, micro e pequenas
A maior parte dessas empresas é jovem: cerca de 40% têm até dois anos de atividade, e 60% são microempreendedores individuais (MEI). Elas surgiram a partir de um impulso empreendedor, muitas vezes motivado pela necessidade, e se formalizaram buscando oportunidades.
No entanto, a lógica fiscal e operacional que se desenha exige mais do que coragem e boa vontade. É necessário entender gestão de negócios, cálculo financeiro, cadeia de suprimentos e compliance, e a adaptação não será gradual, mas abrupta.
Crédito fiscal será critério de sobrevivência
Um ponto crítico destacado por Pinto é que quem compra vai exigir crédito. Empresas do Simples que não gerarem esse crédito podem ser excluídas das cadeias de fornecimento, independentemente de aumentos de teto de faturamento.
“Não adianta aumentar o faturamento se o problema está na estrutura, comportamento e falta de preparo. Muitas empresas mal sabem quanto ganham ou gastam, passando informações subjetivas aos contadores”, afirma.
Setor de serviços será o mais impactado
O impacto será especialmente sentido no setor de serviços, que representa 62% das empresas do Simples. O risco é sistêmico, pois essas empresas realizam serviços essenciais à economia cotidiana, como manutenção, logística e atendimento ao consumidor.
“O contratante no topo da cadeia será quem vai determinar quem sobrevive e quem será cortado. A pressão virá do mercado, não do governo”, alerta Pinto.
Adaptação é urgente para evitar perdas
O diretor do IBPT reforça que a sobrevivência das empresas do Simples depende da adaptação imediata. A inação pode gerar perdas irreparáveis. Investir em gestão, controles internos e preparo tributário é hoje a principal estratégia para garantir continuidade no mercado.
“A morte das empresas do Simples já começou, mas ainda há tempo de evitá-la. Tomar iniciativa agora é proteger o negócio e garantir competitividade no futuro”, conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






