Chuvas trazem otimismo ao setor cafeeiro, mas mercado segue volátil e exportações caem em volume
Foto:
Os bons volumes de chuva registrados nas últimas semanas em diversas regiões produtoras de café arábica e robusta estão trazendo otimismo ao setor cafeeiro brasileiro, segundo análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
As precipitações beneficiam o potencial produtivo da safra 2026/27, especialmente após um período de estiagem que havia preocupado produtores.
No caso do arábica, as condições climáticas estão melhores do que nas safras anteriores, favorecendo a recuperação das lavouras. Já para o robusta, embora o início da temporada tenha sido afetado por um clima mais seco, as chuvas no norte do Espírito Santo — principal polo de produção da variedade — têm ocorrido com intensidade e contribuído para boas expectativas de rendimento.
Segundo a Climatempo, novas precipitações devem ocorrer no cinturão cafeeiro nos próximos dias, o que tende a consolidar o cenário positivo.
Expectativas para a nova safra e projeções de produção
De acordo com dados recentes da Conab, a safra 2025/26 alcançou 56,5 milhões de sacas, alta de 4,3% em relação a 2024 e de 2,5% frente a 2023. Apesar do crescimento, o volume ainda é insuficiente para recompor os estoques globais, que permanecem em níveis historicamente baixos.
As primeiras projeções para a temporada 2026/27 devem ser divulgadas em janeiro de 2026 e indicam que a próxima colheita deve se beneficiar da bienalidade positiva e das condições climáticas mais favoráveis.
Volatilidade domina as bolsas internacionais
Mesmo com o avanço do clima no Brasil, o mercado internacional de café segue altamente volátil, com bolsas operando em direções opostas nesta quarta-feira (10).
De acordo com o Escritório Carvalhaes, o setor continua influenciado pelas incertezas climáticas, pelos estoques reduzidos e pela expectativa de aumento das exportações do Vietnã, que já concluiu mais de 10% da colheita de robusta.
Por volta das 9h50 (horário de Brasília), os contratos futuros apresentavam os seguintes resultados:
- Café Arábica (Nova York)
- Dezembro/25: 394,20 cents/lbp (-185 pontos)
- Março/26: 369,85 cents/lbp (+110 pontos)
- Maio/26: 352,70 cents/lbp (+130 pontos)
- Café Robusta (Londres)
- Janeiro/26: US$ 4.187/tonelada (-US$ 41)
- Março/26: US$ 4.076/tonelada (-US$ 33)
- Maio/26: US$ 4.000/tonelada (-US$ 34)
Recuperação técnica em Nova York impulsiona contratos
Após registrar as menores cotações em duas semanas, a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou o pregão de terça-feira (9) com alta nos preços do arábica, impulsionada por uma recuperação técnica e pela cobertura de posições vendidas.
Os contratos com vencimento em março/2026 fecharam a 368,75 cents/lbp, alta de 0,7%, enquanto o vencimento de maio/2026 subiu para 351,40 cents/lbp, também com ganho de 0,7%.
A valorização acompanhou o movimento positivo do robusta em Londres, refletindo um ajuste técnico após dias de pressão no mercado.
Exportações brasileiras recuam em volume, mas aumentam em receita
Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que o país exportou 3,582 milhões de sacas de café em novembro de 2025, uma queda de 26,7% em relação às 4,889 milhões embarcadas no mesmo mês do ano anterior.
Apesar disso, a receita cambial aumentou 8,9%, passando de US$ 1,409 bilhão para US$ 1,535 bilhão.
Entre julho e novembro de 2025, o Brasil exportou 17,435 milhões de sacas, o que representa retração de 21,7% em volume, mas crescimento de 11,6% em receita, totalizando US$ 6,723 bilhões.
No acumulado dos 11 primeiros meses de 2025, o país embarcou 36,868 milhões de sacas, queda de 21% frente ao mesmo período de 2024. Ainda assim, a receita aumentou 25,3%, passando de US$ 11,377 bilhões para US$ 14,253 bilhões, impulsionada pelos preços mais elevados e pela valorização do dólar.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






