Baixa umidade reduz crescimento das pastagens e preocupa pecuaristas no Rio Grande do Sul
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Clima seco compromete o desenvolvimento das pastagens
O cenário de baixa umidade no solo vem comprometendo o manejo e o desenvolvimento das pastagens de verão no Rio Grande do Sul, segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (4).
De acordo com o levantamento, embora o campo nativo apresente bom desenvolvimento vegetativo e melhora na oferta de forragem, a falta de chuvas começa a afetar o ritmo de crescimento, especialmente em áreas com solos mais rasos e temperaturas elevadas.
As forrageiras perenes mantêm bom estabelecimento inicial, beneficiadas pela luminosidade e pelo calor, mas a redução da umidade já limita o vigor do rebrote e o avanço vegetativo. Para evitar o sobrepastejo, os produtores têm ajustado o manejo, enquanto aguardam precipitações mais consistentes.
As pastagens anuais, como capim-sudão e milheto, são as mais impactadas pela escassez de chuva. Em diversas regiões, o crescimento está abaixo do esperado, e as chuvas pontuais registradas até agora não foram suficientes para normalizar o desenvolvimento das forrageiras.
Regiões do estado enfrentam condições distintas
Campanha e Fronteira Oeste
Na região administrativa de Bagé, a colheita de sementes de azevém segue avançando, especialmente nos municípios da Campanha e da Fronteira Oeste.
Em São Gabriel, o preço das sementes é de R$ 4,00/kg para azevém e R$ 1,50/kg para aveia, segundo a Emater. Já em Alegrete, a falta de chuva prejudica a continuidade da implantação das pastagens anuais de verão.
Em Manoel Viana, os volumes recentes de precipitação — embora baixos — foram suficientes para favorecer o controle de plantas daninhas e a adubação nitrogenada.
Norte e Alto Uruguai
Na região de Erechim, as condições de forragem evoluíram de forma satisfatória, com boa luminosidade e temperatura.
Pastagens de verão perenes, como BRS Kurumi, tiftons, Jiggs, Estrela Africana, braquiárias e hermátrias, apresentam boa oferta de massa verde. Já as pastagens anuais, como milheto, sorgo e aveia de verão, mostram crescimento inicial considerado adequado para o pastejo.
Noroeste e Planalto Médio
Em Ijuí, o estabelecimento das pastagens de verão semeadas em novembro é considerado irregular, mas sem necessidade de replantio.
Em Passo Fundo, ainda há oferta satisfatória de massa verde, mas a falta de chuva tem impedido a aplicação de adubação nitrogenada, o que pode afetar a produtividade nas próximas semanas.
Sul e Zona da Campanha
Na região de Pelotas, as pastagens perenes de Jiggs e tifton mantêm alguma oferta de forragem, mas em Pinheiro Machado a seca já causa manchas de forragem morta em solos rasos e áreas mais altas.
As pastagens anuais também sofrem com o déficit hídrico, agravado pela dificuldade de aplicação de adubos nitrogenados devido ao solo seco.
Centro e Noroeste
Na região de Santa Maria, as pastagens de Cynodon ainda apresentam boa oferta de forragem, enquanto em Santa Rosa o estresse hídrico prejudicou a vegetação de forma mais ampla.
Áreas próximas a afloramentos rochosos apresentam sinais de senescência da vegetação, mas os campos nativos bem manejados ainda sustentam o pastejo dos rebanhos.
Planalto e Serra
Em Soledade, a ausência de chuvas por duas semanas atrasou o crescimento e a rebrota das pastagens de verão.
As espécies perenes, como tiftons, BRS Kurumi e panicuns, não atingiram a plena produção, reduzindo a oferta de alimento para o gado. Já as pastagens anuais semeadas precocemente estão em pastejo, mas com crescimento limitado.
Perspectiva e recomendações
A Emater/RS-Ascar alerta que a regularização das chuvas nas próximas semanas será essencial para a recuperação das pastagens e o reequilíbrio da oferta de forragem nos rebanhos.
A recomendação aos produtores é manter manejo conservador, evitar o superpastejo e priorizar o uso de áreas mais produtivas até a normalização do regime hídrico.
O órgão ressalta ainda que, apesar das adversidades climáticas, as condições gerais ainda são consideradas boas para o período, e que o manejo adequado pode minimizar perdas e garantir sustentabilidade ao sistema de produção pecuária.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






