Trigo entra em fase decisiva no Brasil com avanço nas vendas e risco de déficit interno, aponta TF Agroeconômica
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O mercado de trigo no Brasil atravessa um período decisivo, marcado pelo cenário de abundância internacional e pelas restrições de oferta interna. De acordo com a consultoria TF Agroeconômica, apesar da ampla disponibilidade global, os preços do trigo seguem sob influência direta das cotações externas e das disparidades regionais.
Diferença de preços entre origens pressiona mercado interno
Os preços do trigo hard americano estão atualmente em torno de US$ 680,35 por bushel, enquanto o produto argentino se mantém mais competitivo, cotado a US$ 566,05, valor inclusive inferior ao fechamento da Bolsa de Chicago (CBOT), que encerrou a US$ 578,75 por bushel.
Essa diferença, segundo a consultoria, mantém pressão sobre as cotações domésticas, dificultando a recuperação dos preços internos e elevando o desafio para os produtores nacionais.
Vendas da safra avançam rapidamente
Apesar do cenário de preços contidos, a comercialização do trigo segue em ritmo acelerado. No Rio Grande do Sul, cerca de 42% da safra já foi negociada, enquanto no Paraná o percentual chega a entre 92% e 95% do volume disponível.
Com isso, restam aproximadamente 1,97 milhão de toneladas ainda disponíveis no Rio Grande do Sul e entre 125 mil e 200 mil toneladas no Paraná. No total, o país dispõe de cerca de 2,27 milhões de toneladas de trigo para suprir a demanda entre fevereiro e agosto de 2026.
Oferta insuficiente para atender à demanda nacional
A demanda mensal de moagem de trigo no Brasil é estimada em 984,39 mil toneladas, sendo 225 mil toneladas no Paraná e 175 mil toneladas no Rio Grande do Sul.
Com base nesse consumo, o país teria apenas 324,28 mil toneladas mensais de oferta nacional — volume 23% menor do que o necessário. Esse déficit de cerca de 530 mil toneladas nos dois principais estados produtores pode abrir espaço para valorização do trigo doméstico, aproximando os preços da paridade de importação.
Consultoria recomenda cautela e contratos antecipados
Diante desse cenário, a TF Agroeconômica orienta os moinhos a assegurarem desde já contratos de longo prazo para garantir o fornecimento de matéria-prima e preservar margens, mesmo com possíveis elevações de custos nos próximos meses.
A consultoria também prevê uma tendência de sustentação e alta dos preços do trigo na CBOT ao longo de 2026, reforçando a expectativa de um mercado mais firme no médio prazo.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio






