Café e soja lideram rentabilidade entre produtores paranaenses, aponta Deral
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Os produtores paranaenses encerram 2025 com cenário positivo para o café e a soja, que garantem as maiores margens de lucro do ano, segundo o Boletim Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab).
De acordo com o levantamento, o café mantém custos de produção cobertos com folga pelos preços das últimas duas safras, enquanto a soja segue com forte rentabilidade e custos estáveis. Em contrapartida, setores como leite, ovos e suínos enfrentam períodos de ajuste de preços e margens mais apertadas.
Café garante melhor desempenho econômico do ano
O café registrou um dos melhores desempenhos econômicos entre as cadeias produtivas do estado. A safra atual foi 10% maior que a de 2024, alcançando 745 mil sacas beneficiadas, ante 679 mil do ciclo anterior.
O aumento da produção é atribuído às condições climáticas favoráveis, especialmente à boa disponibilidade hídrica. Segundo o Deral, mais de 80% da safra já foi comercializada, com preços médios acima de R$ 2.000 por saca — cerca de 15% acima do valor registrado em 2024, quando a saca custava R$ 1.668,60.
Com custo total estimado em R$ 1.137 por saca beneficiada, o produtor de café no Paraná desfruta de uma margem ampla e consistente, sustentando a rentabilidade do setor.
Soja mantém estabilidade nos custos e alta lucratividade
A soja também segue como destaque, apresentando custos controlados e elevado potencial de lucro. O levantamento do Deral aponta que o custo variável para produzir 55 sacas por hectare é de R$ 3.212,00, o equivalente a R$ 58,39 por saca, valor apenas 0,76% maior que o de 2024.
O leve aumento é resultado da alta nos custos de transporte, sementes e fertilizantes, parcialmente compensada pela queda de 7% nos preços de agrotóxicos. Com a saca comercializada a cerca de R$ 120,00, a lucratividade bruta chega a 106%.
O plantio da soja está praticamente concluído, atingindo 99% dos 5,77 milhões de hectares previstos para a safra 2025/26 no Paraná.
Leite sofre retração e preços caem mais de 18% em 12 meses
O setor lácteo enfrenta mais um período de retração. Em novembro, o preço do litro de leite pago ao produtor caiu 5,74% em relação a outubro, acumulando queda de 18% nos últimos 12 meses.
De acordo com o Deral, as indústrias paranaenses importaram 250 toneladas de leite em pó em outubro, um aumento de 25% frente a setembro. Contudo, o volume deve cair a partir de novembro, após a sanção da Lei Estadual nº 22.765/2025, que proíbe a reconstituição de leite em pó importado no Paraná.
Suinocultura registra maior rentabilidade do ano, mas tende a recuar
A suinocultura paranaense teve, em outubro, a maior margem de rentabilidade de 2025, com R$ 1,45 por quilo, superando os R$ 1,39 de setembro. O preço médio pago ao produtor foi de R$ 7,22/kg, alta de 0,8% em relação ao mês anterior e de 3,8% frente a outubro de 2024.
Segundo a Embrapa Suínos e Aves, o custo médio de produção permaneceu em R$ 5,77/kg, o segundo menor valor do ano e 3,5% abaixo do registrado em 2024. Apesar do bom desempenho, o Deral prevê leve redução na rentabilidade em novembro, devido à queda de 1,2% no preço pago ao produtor.
Exportações de ovos crescem, mas tarifa dos EUA limita mercado
O setor de ovos apresentou crescimento nas exportações em 2025, mas ainda enfrenta os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos em agosto. Nos dez primeiros meses do ano, o Brasil exportou 49,8 mil toneladas de ovoprodutos, aumento de 36,8% em relação ao mesmo período de 2024, com faturamento de US$ 163,4 milhões.
O Paraná figura como o quarto maior exportador nacional, com 5.641 toneladas e receita de US$ 28,4 milhões, embora os números representem queda de 33,3% em volume e 24,4% em faturamento em comparação a 2024.
Os Estados Unidos seguem como o principal destino, com 19.578 toneladas importadas e US$ 41,6 milhões em receita — aumentos superiores a 1.000% em relação ao ano passado. No entanto, após a aplicação da tarifa, as compras caíram drasticamente: de 3.774 toneladas em julho para 41 toneladas em outubro, retração de 82,9% em volume e 90,9% em receita.
Em novembro, o governo norte-americano retirou tarifas adicionais sobre alguns produtos brasileiros, como café, carnes e frutas tropicais. Entretanto, a taxação sobre ovoprodutos permanece em vigor, e ainda não há previsão para sua suspensão.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio





