• 5 de dezembro de 2025
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Falta de liquidez trava mercado do feijão e impede formação de preços no Brasil

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O mercado brasileiro de feijão carioca encerrou a semana praticamente paralisado, com liquidez mínima e negócios escassos, segundo análise da Safras & Mercado.

De acordo com o analista Evandro Oliveira, os preços permaneceram apenas nominais, sem sustentação em operações reais, refletindo um cenário de estagnação no setor.

A principal causa da retração foi o afastamento das indústrias e empacotadoras do mercado spot. As empresas atuam apenas com entregas previamente contratadas, sem necessidade de novas compras, o que retirou o principal motor de demanda do sistema e deixou o produtor sem canais ativos de escoamento.

Estratégias de sustentação de preços fracassam

Nos últimos dias, corretores tentaram sustentar os preços com base em uma suposta escassez física de produto, mas o movimento não encontrou resposta dos compradores.

“O mercado inverteu o jogo: agora são os compradores que recebem ofertas, enquanto os vendedores aguardam propostas”, explica Oliveira.

Mesmo os grãos de alta qualidade (nota 9) permaneceram encalhados, com pedidas em torno de R$ 250 por saca, sem compradores interessados.

Os últimos negócios realizados, entre R$ 205 e R$ 225 por saca, servem apenas como referência histórica, já que não refletem mais as condições reais do mercado.

Feijão preto enfrenta colapso nas cotações e margens no limite

O mercado do feijão preto também vive um momento crítico, com negociações praticamente congeladas e liquidez próxima de zero.

“Em alguns dias, nem mesmo ofertas foram apresentadas pelos corretores, um sinal claro de paralisia total”, destaca o analista da Safras & Mercado.

As cotações permanecem apenas nominais, variando entre R$ 115 e R$ 165 por saca (CIF São Paulo). Mesmo o produto beneficiado e de melhor qualidade enfrenta grande dificuldade de escoamento, sendo negociado a R$ 175 por saca, valor considerado insuficiente para reaquecer a oferta ou a demanda.

Estoques altos e preços abaixo do mínimo oficial

O setor enfrenta estoques elevados, escoamento lento e baixo giro no varejo, enquanto as indústrias não conseguem repassar custos.

A situação é agravada pelo fato de que, desde abril, as cotações médias no Paraná permanecem abaixo do preço mínimo oficial de R$ 152,91 por saca, o que tem comprometido diretamente as margens dos produtores.

Segundo Oliveira, o ajuste de mercado vem ocorrendo de forma forçada, com produtores reduzindo a área plantada por inviabilidade econômica.

“O Paraná já confirma uma queda de 38% na área da primeira safra 2025/26, podendo chegar a 50% no feijão preto”, relata o analista.

O movimento reflete uma tentativa de reequilíbrio da oferta, não por recuperação do consumo, mas pela necessidade de conter prejuízos em um cenário de margens cada vez mais estreitas.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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