Câmara convoca Lewandowski para explicar omissão da Força Nacional em invasões de terras rurais
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Comissão de Agricultura aprova convocação do ministro da Justiça
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (26), dois requerimentos que convocam o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para prestar esclarecimentos sobre a atuação da Força Nacional de Segurança Pública diante das recentes invasões em propriedades rurais.
Os pedidos, de nº 236/2025, apresentado pelo deputado Pedro Lupion (REP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), e de nº 225/2025, de autoria do deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), foram aprovados após uma série de episódios violentos registrados em áreas produtivas, especialmente no município de Caarapó (MS).
Parlamentares denunciam omissão da Força Nacional
Segundo os parlamentares, a ausência de ação efetiva por parte da Força Nacional teria contribuído para o agravamento dos conflitos no campo. Em Caarapó, máquinas agrícolas, insumos e estruturas produtivas foram incendiadas por grupos armados, interrompendo as atividades e causando prejuízos milionários aos produtores locais.
O deputado Pedro Lupion destacou que o Ministério da Justiça tem responsabilidade direta sobre o acionamento da Força Nacional, conforme o Decreto nº 5.289/2004. Para ele, a falta de resposta do governo é “inaceitável”.
“Estamos diante de invasões violentas, expulsões de trabalhadores e queima de áreas produtivas. A Força Nacional não pode se omitir diante de atos que atentam contra a ordem pública e o direito de propriedade. O ministro Lewandowski precisa explicar por que não agiu”, afirmou Lupion.
Clima de insegurança no campo
O deputado Rodolfo Nogueira, autor do segundo requerimento, afirmou que a situação em Mato Grosso do Sul evoluiu para um quadro de insegurança generalizada.
“O produtor rural está indefeso. Em Caarapó, vimos bens destruídos, famílias ameaçadas e nenhuma resposta imediata do governo federal. É dever desta Comissão cobrar esclarecimentos urgentes”, reforçou o parlamentar.
FPA aciona PGR e questiona decretos sobre terras indígenas
A aprovação dos requerimentos ocorreu um dia após a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) apresentar uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Ricardo Lewandowski e outros agentes públicos.
A representação questiona a edição de quatro decretos de homologação e dez portarias declaratórias de terras indígenas, publicadas durante o encerramento da COP30, em 18 de novembro.
De acordo com a FPA, as medidas teriam sido tomadas em desacordo com a Lei nº 14.701/2023, que instituiu o Marco Temporal — legislação aprovada com ampla maioria no Congresso Nacional. A bancada argumenta que as demarcações avançaram sem a conclusão da conciliação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC 87).
“Após deliberação da nossa diretoria, apresentamos notícia-crime por prevaricação e abuso de autoridade. Esses atos afrontam a legislação vigente e rompem o equilíbrio institucional entre os Poderes”, declarou Lupion.
Contexto político e próximos passos
A convocação de Ricardo Lewandowski deverá resultar em audiência pública na Câmara dos Deputados, onde o ministro será questionado sobre as medidas do governo federal para garantir a segurança no campo e cumprir a legislação fundiária vigente.
A FPA pretende ainda acompanhar o andamento da notícia-crime na PGR e pressionar o Executivo pela aplicação rigorosa da Lei do Marco Temporal, em meio às tensões crescentes entre produtores rurais e movimentos indígenas em diferentes regiões do país.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio





