Setor florestal do RS enfrenta desafios distintos entre acácia, eucalipto e pínus
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Acácia-negra segue como alternativa de renda, mas sofre com falta de trabalhadores
O cultivo de acácia-negra continua sendo uma importante fonte de renda complementar para produtores da região administrativa de Caxias do Sul, especialmente nas Hortênsias, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quarta-feira (19).
Apesar de se manter relevante como reserva financeira, a atividade enfrenta dificuldades com a escassez de mão de obra, o que tem limitado o ritmo de colheita e manejo.
A produção segue voltada principalmente à geração de energia, com menor participação da construção civil. As condições das lavouras são consideradas fitossanitariamente adequadas, com práticas como controle de formigas, adubação de cobertura, corte e colheita em andamento.
Eucalipto mantém estabilidade, mas risco de escassez preocupa
Na mesma região, o eucalipto apresenta demanda estável e é valorizado por seu crescimento rápido e uso diversificado, atendendo tanto o setor de desdobro quanto a produção de lenha e subprodutos.
Entretanto, o ritmo abaixo do esperado na implantação de novas áreas e no manejo da brotação acende o alerta para possível escassez de madeira nos próximos anos.
As condições fitossanitárias seguem favoráveis, com tratos culturais em andamento, incluindo controle de formigas, corte e empilhamento. Os preços das toras variam conforme o diâmetro, a dificuldade de extração e a localização, atendendo mercados locais, regionais e estaduais.
Na região de Frederico Westphalen, o manejo segue com preparo de solo, plantio de mudas e adubação, além de poda em florestas jovens (de dois a três anos) e raleio em áreas com seis a sete anos de idade.
Pínus enfrenta retração e incertezas no mercado internacional
Os cultivos de pínus mantêm papel central na cadeia florestal da Serra Gaúcha, com ampla aplicação na movelaria, construção civil, compensados e pallets para exportação. No entanto, o setor vive um momento de preocupação diante das especulações sobre tarifas de importação dos Estados Unidos, o que já levou empresas a conceder férias coletivas e realizar demissões.
A madeira fina (entre 18 e 30 cm) ainda encontra mercado, embora com queda nos preços, enquanto toras acima de 30 cm registram baixa procura. Apesar disso, a demanda de indústrias locais e regionais tem garantido estabilidade mínima nas cotações.
O boletim da Emater alerta que apenas 15% a 20% das áreas de corte raso estão sendo replantadas, já que muitos produtores têm substituído os plantios por culturas anuais ou perenes. Apenas empresas verticalizadas mantêm o replantio florestal. As entidades do setor apontam risco de déficit de madeira nos próximos anos caso o ritmo atual persista.
Resinagem recua e perde espaço em Passo Fundo
Na região de Passo Fundo, a atividade de resinagem — extração de resina de pínus — apresentou forte retração em 2024 e deve continuar diminuindo. O motivo é a escassez de áreas aptas para coleta e a falta de expansão para novas plantações.
A produção segue restrita a florestas já resinadas, enquanto as áreas colhidas por corte raso não estão sendo replantadas, migrando gradualmente para cultivos agrícolas anuais, o que reforça a tendência de redução da base florestal regional.
Setor florestal busca equilíbrio em meio a desafios econômicos
O cenário florestal do Rio Grande do Sul é marcado por contrastes: enquanto algumas espécies mantêm desempenho estável, outras enfrentam queda na produção, incertezas comerciais e falta de renovação das áreas plantadas.
Com a mão de obra escassa, a concorrência internacional e o baixo índice de replantio, o setor segue em alerta. Especialistas destacam a necessidade de planejamento de longo prazo e políticas de incentivo à silvicultura para evitar um futuro déficit de madeira no estado.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio





