Clima favorece colheita da cevada no RS, mas qualidade dos grãos é irregular
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A colheita da cevada no Rio Grande do Sul avança em ritmo acelerado, beneficiada pelo clima mais estável nas últimas semanas. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quarta-feira (19), cerca de dois terços da área cultivada já foram colhidos no estado.
Segundo a instituição, as condições climáticas favoráveis até 16 de novembro permitiram a intensificação das operações, garantindo boa qualidade dos grãos e evitando perdas causadas pela umidade elevada ou deterioração.
A produtividade média varia entre 3.300 kg/ha e 4.200 kg/ha, dependendo do nível tecnológico adotado nas propriedades. No entanto, a qualidade final dos grãos apresenta heterogeneidade, especialmente nas áreas que sofreram com excesso de chuvas durante o enchimento. Parte da produção registrou germinação abaixo do padrão exigido pela indústria de malte, sendo direcionada ao mercado de ração animal.
A Emater destacou ainda que o preço pago ao produtor e as variações de qualidade têm desestimulado o aumento da área cultivada para a próxima safra. A estimativa atual é de 31.613 hectares plantados, com produtividade média de 3.458 kg/ha.
Regiões apresentam diferentes estágios de colheita e qualidade
Em diferentes regiões do estado, o avanço da colheita segue em ritmos variados, refletindo a diversidade de condições climáticas e de manejo:
- Caxias do Sul (Campos de Cima da Serra) – A colheita alcança 15% da área. Apesar de períodos de instabilidade que interromperam o trabalho em campo, a qualidade dos grãos permanece dentro dos padrões industriais, apresentando massa elevada, alto poder germinativo e baixa presença de micro-organismos. A maior parte da produção será destinada à indústria cervejeira.
- Erechim – O avanço é mais expressivo, com 80% da área colhida e produtividade média de 3.900 kg/ha. As condições climáticas favoráveis permitiram a finalização da colheita sem perdas pós-maturação, mantendo o padrão de qualidade exigido para maltagem.
- Ijuí – A colheita foi concluída com bons resultados. As melhores lavouras atingiram produtividade de até 4.200 kg/ha. Apesar do desempenho positivo, os produtores demonstram pouco interesse em ampliar a área para a próxima safra.
- Passo Fundo – As lavouras em final de ciclo apresentam bom potencial produtivo, com produtividade estimada em 3.300 kg/ha. Não foram observados problemas fitossanitários relevantes, segundo a Emater.
- Soledade – A colheita também foi encerrada, com produtividade variando entre 2.700 kg/ha e 4.200 kg/ha. A qualidade dos grãos oscilou bastante: parte apresentou germinação insuficiente para maltagem e será destinada à alimentação animal, enquanto áreas com maior investimento tecnológico atingiram padrão industrial.
Perspectivas para a próxima safra
Mesmo com o bom avanço da colheita e resultados produtivos considerados satisfatórios, a heterogeneidade na qualidade dos grãos e os preços pagos ao produtor mantêm o produtor cauteloso em relação à expansão da área cultivada em 2026.
A Emater/RS-Ascar reforça que as condições climáticas serão determinantes para o desempenho da próxima safra e destaca a importância do investimento em tecnologia e manejo adequado para garantir maior uniformidade e qualidade industrial dos grãos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio





