• 7 de novembro de 2025
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Rondonópolis e o Sinal de Alerta na Atividade Econômica

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Rondonópolis sempre foi reconhecida como um dos motores econômicos de Mato Grosso. Por muitos anos, o município liderou a geração de empregos formais no interior do estado, sendo referência para a região sul e ocupando posição de destaque logo atrás da capital. A pujança do agronegócio, a força logística, o setor de serviços dinâmico e a tradicional capacidade empreendedora da cidade formaram, ao longo do tempo, uma base sólida de desenvolvimento.

No entanto, os dados mais recentes acendem um sinal de alerta que não pode ser ignorado.

Segundo o CAGED, entre janeiro e setembro deste ano, Rondonópolis deixou de ocupar as primeiras posições na geração de empregos e passou a ser apenas o quinto município de Mato Grosso com maior saldo de vagas:

Cuiabá: +9.209 vagas
Lucas do Rio Verde: +3.620 vagas
Várzea Grande: +3.306 vagas
Sinop: +3.241 vagas
Rondonópolis: +2.638 vagas

A diferença entre a capital e Rondonópolis, que já foi menor, agora se amplia. E cidades como Lucas do Rio Verde e Sorriso, antes vistas apenas como polos agroprodutivos, avançam em ritmo mais acelerado na formalização de empregos, diversificação de atividades e atração de investimentos.

Outro indicador que reforça a desaceleração é o desempenho das exportações. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços mostram que, de janeiro a outubro, Rondonópolis registrou redução superior a 20% no valor exportadoem comparação ao mesmo período do ano anterior. As exportações recuaram de US$ 2,59 bilhões para US$ 2,04 bilhões, fazendo com que o município deixasse a liderança estadual e passasse a ocupar a segunda posição, sendo ultrapassado por Sorriso.

O que isso significa?

Significa que algo está mudando na dinâmica econômica da região — e que, se não observarmos o movimento com seriedade, planejamento e diálogo estruturado, podemos perder protagonismo e oportunidades importantes.

Rondonópolis possui vantagens competitivas que nenhuma outra cidade do interior de Mato Grosso reúne com a mesma intensidade: localização estratégica, capacidade logística instalada, presença de grandes indústrias, base educacional consolidada, serviços de médio e alto valor agregado e um ecossistema empresarial forte. Mas toda vantagem competitiva exige renovação constante.

Hoje, a cidade enfrenta desafios que vão desde a necessidade de modernizar processos produtivos, qualificar mão de obra e fortalecer sua diversificação econômica, até questões de planejamento urbano, infraestrutura e burocracia regulatória que impactam diretamente o custo de empreender.

Não se trata de alarmismo, mas de leitura responsável.

Rondonópolis não está perdendo sua força econômica — mas está, claramente, reduzindo seu ritmo de expansão. E isso, para uma cidade que sempre liderou, é um recado importante.

Este é o momento de discutir políticas públicas voltadas à competitividade, de fortalecer o ambiente de negócios e de ampliar a cooperação entre setor produtivo, universidades, instituições de apoio e poder público.

O futuro econômico de Rondonópolis não será decidido por inércia — será decidido por estratégia.

E, como em qualquer ciclo econômico, o tempo para agir é antes que os efeitos se tornem irreversíveis.

Porque o desenvolvimento não é garantido, ele é construído. E Rondonópolis tem todas as condições de continuar sendo referência. Basta que não ignoremos os sinais que agora começam a aparecer.

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