O Governo de Mato Grosso vai formalizar, no próximo dia 22 de setembro, durante a Semana do Clima de Nova Iorque (Climate Week NYC), um convênio de US$ 100 milhões com a O.N.E. Amazon, fundo de impacto com sede nos Estados Unidos. O acordo prevê ações de preservação e desenvolvimento sustentável nos três biomas do estado — Pantanal, Cerrado e Amazônia.

Como contrapartida, o Estado se compromete a conservar os Parques Estaduais Cristalino I e II, localizados entre Novo Mundo e Alta Floresta, considerados estratégicos para a manutenção da floresta amazônica.

De acordo com a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, a parceria tem caráter inovador ao unir tecnologia, preservação e investimentos. “O futuro depende de parcerias globais em governança, tecnologia e natureza. Mato Grosso está pronto para servir como um laboratório vivo deste novo modelo”, afirmou da tribuna.

Os recursos serão aplicados por meio da venda de ativos digitais — os chamados tokens — no mercado financeiro. Do total arrecadado, 70% (US$ 70 milhões) serão destinados ao fundo de investimento para ações de preservação e desenvolvimento sustentável, 15% ao governo de Mato Grosso e 15% à própria O.N.E. Amazon, garantindo que 85% da receita permaneça no estado.

As áreas prioritárias do investimento abrangem turismo sustentável, sistemas agrícolas integrados e soluções energéticas limpas. Além disso, o convênio permitirá a implantação da chamada Internet das Florestas (IoF™), sistema que combina satélites, sensores e redes digitais para fornecer dados ecológicos em tempo real.

Segundo Rodrigo Veloso, fundador e CEO da O.N.E. Amazon, Mato Grosso foi escolhido pela capacidade técnica e pelo compromisso político com a conservação. “Estamos entusiasmados em começar a aplicar o nosso modelo O.N.E. Amazon com a liderança do Estado de Mato Grosso, uma equipe completa que sabe a importância da conservação e está totalmente comprometida com este propósito”, declarou.

O convênio é considerado o primeiro passo de uma estratégia mais ampla para transformar florestas, água, minerais e patrimônio cultural em ativos globais, com o objetivo de tornar a preservação ambiental mais valiosa que o desmatamento.