Com R$ 120,8 bilhões, Mato Grosso mantém liderança no ranking da produção agrícola
Mesmo com recuo de 21,3% em 2024, estado segue no topo do ranking há seis anos; soja e milho puxaram retração Foto: Reprodução
O valor da produção agrícola de Mato Grosso registrou queda de 21,3%, passando de 18,8% em 2023 para 15,4% em 2024. Apesar da retração, o estado segue na liderança nacional pelo sexto ano consecutivo, com R$ 120,8 bilhões, conforme dados da Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na segunda posição aparece São Paulo, com R$ 118 bilhões (15% da participação nacional), seguido por Minas Gerais, que somou R$ 86,6 bilhões (11%). Mato Grosso ocupa o primeiro lugar desde 2019, quando ultrapassou São Paulo.
O IBGE atribuiu a queda à estiagem prolongada provocada pelo fenômeno El Niño em 2024, que reduziu a produtividade das culturas de verão no Centro-Oeste. Ainda assim, 16 municípios mato-grossenses figuraram entre os 25 maiores do país em valor de produção. Sorriso liderou o ranking nacional, com R$ 7,2 bilhões, mesmo após uma redução de 13,7% frente ao ano anterior.
“Esses números refletem a união entre crescimento, economia e capacitação”, avaliou, da tribuna, o gerente do Sindicato Rural de Sorriso, Farid Tenório.
Desempenho por cultura
A soja segue como destaque nacional, respondendo por cerca de um terço do valor da produção agrícola brasileira, estimada em R$ 783,2 bilhões. Mato Grosso colheu 38,4 milhões de toneladas em 2024, dentro de um total nacional de 144,5 milhões. O município de Sorriso produziu 2,1 milhões de toneladas, ocupando a terceira colocação, atrás de São Desidério e Formosa do Rio Preto, ambos na Bahia.
No milho, Mato Grosso respondeu por 47,4 milhões de toneladas, o equivalente a 42% da safra nacional de 115 milhões de toneladas. Sorriso liderou o ranking, com 3,7 milhões de toneladas, enquanto Nova Ubiratã ficou em terceiro, com 2,4 milhões.
No agregado de cereais, leguminosas e oleaginosas, o estado manteve a liderança, com 90,6 milhões de toneladas e R$ 117,4 bilhões, mesmo após recuo de 21,9% em relação a 2023.
Outro destaque foi o algodão. O Brasil alcançou recorde de 8,5 milhões de toneladas (em caroço), consolidando-se como maior exportador global da pluma. Mato Grosso respondeu por 6,3 milhões de toneladas (73,5% do total). Sapezal liderou a produção nacional, com R$ 3,6 bilhões, enquanto Campo Novo do Parecis ficou em terceiro, com R$ 2,4 bilhões.
Projeção
Em 25 anos, a produção de soja em Mato Grosso quase quintuplicou, consolidando o estado como maior celeiro agrícola do país. A tendência, segundo especialistas, é que, apesar das oscilações climáticas e de preços, o estado mantenha a liderança nos próximos anos pela diversidade de culturas e pela consolidação da infraestrutura de produção e exportação.