Polícia Civil deflagra Operação Tempo Extra em Mato Grosso contra grupo que movimentou milhões
Nova ofensiva mira facção investigada desde 2024 e busca asfixiar financeiramente organização ligada ao tráfico e lavagem de dinheiro. Foto: Polícia Judiciária Civil
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta quarta-feira (10), a Operação Tempo Extra, com o objetivo de desarticular uma facção criminosa responsável por movimentações milionárias em atividades de tráfico de drogas e lavagem de capitais no Estado.
A ação é um desdobramento da Operação Apito Final, realizada em abril de 2024, que revelou um esquema de lavagem de mais de R$ 65 milhões. Na ocasião, 54 ordens judiciais foram cumpridas, incluindo bloqueio de imóveis e veículos adquiridos por meio de “laranjas”.
Desta vez, a Tempo Extra cumpre 15 ordens judiciais expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juízo das Garantias: um mandado de prisão preventiva, 10 mandados de busca e apreensão, três de sequestro de veículos e uma suspensão de atividade econômica, além do bloqueio de R$ 1 milhão em contas bancárias.
Segundo a Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), o alvo principal do mandado de prisão, identificado pelas iniciais J.I.A.J., teria assumido a função de coordenar uma área de tráfico em Cuiabá. Ele seria responsável por organizar a distribuição e a venda de drogas, além de cadastrar comparsas para garantir o fluxo financeiro da facção.
As investigações apontam que o suspeito teve papel estratégico na reestruturação financeira do grupo após as prisões e bloqueios realizados em 2024. Entre suas atribuições estavam auxiliar na fuga de integrantes e atuar como suporte logístico, mantendo a engrenagem criminosa em funcionamento por meio de empresas de fachada e aquisição de veículos de luxo.
A ofensiva integra o programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, e está inserida na Operação Inter Partes, que fortalece o combate às facções criminosas em todo o Estado. A ação também faz parte da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim).
Com a deflagração da Tempo Extra, a Polícia Civil pretende asfixiar financeiramente o grupo e impedir sua reestruturação, reforçando a tese de continuidade criminosa já revelada pela Apito Final.