A política brasileira é marcada por escolhas difíceis e, neste momento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vive uma das mais delicadas de sua trajetória.

Embora esteja apenas no seu primeiro mandato eletivo, setores influentes do cenário nacional já pressionam para que ele se lance candidato à Presidência da República em 2026. A expectativa é clara: transformar sua imagem de gestor em alternativa ao governo federal.

Com aprovação consolidada entre os paulistas, ou seja, 66% aprovam sua gestão, segundo pesquisa da Paraná Pesquisas realizada entre 21 e 24 de agosto de 2025, Tarcísio aparece como nome forte tanto para uma reeleição estadual quanto, possivelmente, para uma candidatura presidencial em 2026. Mas será um salto ousado ou um tropeço?

No entanto, essa decisão traz riscos enormes. Concorrer contra um Presidente em exercício, especialmente quando este ainda tem força política e índices de aprovação em recuperação, pode significar um salto no escuro. A história recente mostra que enfrentar Lula em 2026 não será tarefa simples. A possibilidade de derrota abriria caminho não apenas para um revés momentâneo, mas também para um perigoso período de ostracismo político.

Por outro lado, permanecer em São Paulo e buscar a reeleição parece uma alternativa mais sólida. Afinal, governar o maior estado do país, cuja economia se compara a de alguns países latino-americanos, oferece a Tarcísio a chance de consolidar sua gestão, ampliar resultados concretos e construir uma base política ainda mais robusta.

Um segundo mandato bem-sucedido poderia projetá-lo como candidato natural à Presidência em 2030, em condições muito mais favoráveis.

O dilema, portanto, é claro, arriscar tudo em 2026 ou investir no fortalecimento de sua liderança em São Paulo, pavimentando com segurança o caminho para o futuro?

O que está em jogo não é apenas a próxima eleição, mas o destino político de um nome que desponta como peça-chave no tabuleiro nacional.

Ilson Galdino – Advogado e Servidor Público.