• 6 de agosto de 2025
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ECONOMIA

Em vídeo Joel, da SomaField, denuncia preços abusivos na exposul e escancara distorção no uso de dinheiro público

Apoiada com R$ 3,5 milhões em recursos estaduais e municipais, feira impõe custo alto para trabalhadores e ignora compromisso popular; empresário usou as redes sociais para alertar sobre os preços abusivos e a perda do caráter comunitário do evento
Foto: Reprodução

A tradicional exposul de Rondonópolis, realizada entre os dias 4 e 9 de agosto de 2025, entrou na mira de críticas pela sua elitização crescente, afastando o trabalhador e transformando o parque de exposições em um espaço restrito aos que podem pagar caro por diversão. O empresário Joel, proprietário da SomaField, usou as redes sociais para gravar um vídeo diretamente do evento, no qual revela sua indignação com os preços abusivos praticados, especialmente nos setores de alimentação.

“Um pastel, um cachorro-quente, um espetinho, R$ 25. Tá fora da base. Nunca fui de reclamar de preço, mas isso aqui tá muito puxado. Parece que virou uma festa só para quem tem muito dinheiro. É uma pena, porque é difícil até se divertir”, lamentou o empresário.

A fala de Joel, simples e direta, representa o sentimento de frustração da maioria dos cidadãos comuns que vivem em Rondonópolis. Mais do que o valor de um lanche, o empresário denuncia o distanciamento entre a organização da feira e a realidade do povo que a sustenta — inclusive com recursos públicos.

“Não sou da ‘pinta’ de ficar reclamando, se eu não concordo, eu não compro. Mas dessa vez foi demais. R$ 25 em um pastel é doído. E não é só isso, é tudo caro. Tô falando só pra avisar os irmãos pra não chegarem aqui desavisados do custo do negócio esse ano. Tá meio foda”, completou Joel, com sinceridade.

Mesmo com R$ 2,5 milhões investidos pelo Governo de Mato Grosso e mais R$ 1 milhão pela Prefeitura de Rondonópolis, totalizando R$ 3,5 milhões em dinheiro público, os ingressos chegaram a custar R$ 279,99 no passaporte completo. Dentro do parque, o custo com alimentação e bebidas tem gerado críticas ainda mais contundentes — não apenas pelo preço em si, mas pelo sinal que transmite: a festa foi feita para poucos.

A programação da feira incluiu artistas de renome nacional como Ana Castela, Israel & Rodolffo, Edson & Hudson, entre outros. Apesar do apelo popular das atrações, os valores pagos aos artistas — alguns com cachês milionários — levantam questionamentos sobre prioridades na aplicação dos recursos públicos e sobre quem de fato se beneficia com a estrutura montada.

Embora o empresário não tenha citado diretamente o Sindicato Rural de Rondonópolis, responsável pela organização do evento, é inevitável questionar a ausência de uma prestação de contas transparente e detalhada. A população ainda não teve acesso a um relatório público que mostre quanto foi arrecadado com bilheteria, vendas internas, patrocínios e publicidade — nem o destino dos lucros, tampouco a contrapartida social gerada pela feira.

Com recursos públicos em volume expressivo, o mínimo que se espera de uma entidade promotora como o Sindicato Rural é que informe com clareza:
– Quanto custaram os shows?
– Quais empresas lucraram com o evento?
– Qual foi a margem de lucro da entidade?
– Onde e como o dinheiro será reinvestido?

A crítica do empresário Joel, ainda que centrada no custo da alimentação, abre caminho para uma discussão mais ampla: quem está se apropriando dos eventos públicos financiados com o dinheiro do povo? E mais: até quando o Sindicato Rural e os organizadores da exposul continuarão evitando prestar contas de forma pública, clara e acessível à sociedade?

 

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