O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento investigativo para apurar as causas dos recorrentes acidentes no km 349 da BR-364, em Mato Grosso, e acompanhar as medidas adotadas pela concessionária Nova Rota do Oeste e por órgãos federais responsáveis pela segurança viária.

O foco da apuração é o trecho da Serra de São Vicente, considerado um dos pontos mais críticos da rodovia federal. Em nota oficial, a Nova Rota do Oeste afirmou que, desde que assumiu a concessão do trecho em 2024, vem promovendo investimentos em infraestrutura, campanhas de conscientização e serviços de resgate médico e mecânico.

Segundo a concessionária, os esforços já teriam surtido efeito: nenhuma morte foi registrada no primeiro semestre deste ano no trecho da serra, contra cinco óbitos no mesmo período de 2024.

Apesar dos avanços, o MPF considera que as ações ainda são insuficientes diante da gravidade da situação. O órgão destaca que a precariedade estrutural coloca em risco o direito de ir e vir dos cidadãos e expõe motoristas a condições perigosas de tráfego.

Entre as propostas em análise, uma das mais relevantes é a implantação de uma área de apoio aos motoristas, uma medida que está sendo planejada em conjunto pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pela Nova Rota do Oeste. A área serviria para descanso, fiscalização de veículos e apoio emergencial, principalmente para caminhoneiros.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) integra a força-tarefa com ações educativas e reforço na fiscalização. No entanto, o MPF alerta que as iniciativas pedagógicas não substituem obras físicas urgentes, como melhorias no traçado da pista, sinalização adequada, áreas de escape e dispositivos de contenção.

A investigação pretende acelerar a execução dessas obras estruturais para evitar novas tragédias e garantir mais segurança aos usuários da rodovia, que é uma das principais ligações entre o Sul e o Norte do país.