• 21 de julho de 2025
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POLÍTICA

Lobista primaverense Anderson Gonçalves perde 30 kg na prisão e deixa a Papuda para cumprir pena domiciliar; esposa, advogada Mirian Ribeiro, também entra no radar da PF

Investigado por esquema bilionário de venda de decisões judiciais, ex-morador de Primavera do Leste sai da cadeia após agravamento de saúde; atuação jurídica da esposa, com histórico em tribunais superiores, passa a ser alvo das apurações
Foto: Reprodução

O lobista Anderson de Oliveira Gonçalves, ex-morador de Primavera do Leste e um dos principais investigados em um dos maiores escândalos do Judiciário brasileiro, foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal a cumprir prisão domiciliar após oito meses encarcerado na Penitenciária Federal da Papuda, em Brasília. A decisão foi motivada por laudos médicos que comprovaram agravamento severo de seu quadro de saúde: Anderson perdeu mais de 30 quilos, apresentava desnutrição aguda, diarreias crônicas e depressão profunda com risco de suicídio.

A decisão foi assinada pelo ministro Cristiano Zanin, que acolheu o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). Agora em prisão domiciliar na capital Cuiabá, ele está proibido de se comunicar com outros investigados, utilizar aparelhos eletrônicos ou deixar a residência sem autorização. Usa tornozeleira eletrônica e está sob vigilância constante.

Apontado como elo entre grupos econômicos e a manipulação de decisões judiciais nos tribunais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Anderson é investigado nas operações Sismines e Ultima Ratio, conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Seu nome aparece em pelo menos 43 inquéritos, incluindo apurações sobre o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023.

Agora, com a liberdade parcial, cresce a expectativa em torno de uma possível delação premiada. Fontes próximas às investigações indicam que Anderson cogita colaborar com o Ministério Público para reduzir sua pena, em troca de revelar os bastidores do esquema e os nomes de operadores políticos e jurídicos de alto escalão.

Mas não é apenas Anderson que está no foco. Sua esposa, a advogada Mirian Ribeiro Gonçalves, também entrou no radar da Polícia Federal. Com longa trajetória profissional em Primavera do Leste, onde atuou por anos, Mirian é apontada como responsável por representar formalmente empresas envolvidas no suposto esquema, inclusive com procurações no STJ ligadas ao grupo J&F, um dos conglomerados citados nas investigações. Documentos mostram que ela teria sido responsável por firmar contratos milionários que, segundo os investigadores, foram utilizados para encobrir transações ilícitas e simular legalidade nos repasses.

Apesar disso, Mirian nega envolvimento e já declarou publicamente que o marido não tem intenção de firmar acordo de colaboração, alegando que seu estado de saúde ainda é incompatível com qualquer deliberação desse tipo. No entanto, investigadores não descartam que sua atuação jurídica possa ser decisiva para desvendar o esquema de lavagem de dinheiro e tráfico de influência que se instalou nas cortes de justiça de MT e MS.

O caso Anderson Gonçalves — e, agora, também o de Mirian Ribeiro Gonçalves — pode implodir estruturas do Judiciário de dois estados. As próximas semanas serão decisivas para o rumo das investigações. Em Cuiabá, onde o casal reside atualmente, cresce a pressão por respostas. Em Primavera do Leste, o nome da advogada volta a circular com intensidade entre os círculos jurídicos e políticos, reacendendo discussões sobre a relação entre poder, influência e Justiça.

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