Tolerância Zero já flagrou 151 visitantes com ilícitos em presídios de Mato Grosso
Drogas, celulares e até drones são apreendidos em ação de reforço da Polícia Penal; 2.387 celulares foram retirados de circulação Foto: SEJUS
O Programa Tolerância Zero, implantado pelo Governo de Mato Grosso para combater a atuação de facções criminosas dentro do sistema penitenciário, já resultou na prisão de 151 visitantes que tentaram entrar com materiais ilícitos em presídios do Estado. Os números compreendem o período entre dezembro de 2024 e junho de 2025, com grande parte das ocorrências registradas aos finais de semana.
Entre os materiais apreendidos estão drogas, fumo, comprimidos, celulares, chips, carregadores e armas artesanais. Apenas em uma única data — 4 de maio deste ano — sete mulheres foram flagradas com pacotes de fumo, medicamentos sem prescrição e cigarros durante revista com escâner corporal na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, a maior do Estado. Todas visitavam companheiros presos na unidade.
Casos semelhantes foram registrados em outras unidades. Na Cadeia Feminina de Rondonópolis, uma visitante tentou entrar com entorpecente escondido junto a fumo na área íntima. Em junho, 12 visitantes foram detidos nas unidades de Colniza, Tangará da Serra e Pontes e Lacerda. Em Tangará, três mulheres confessaram portar maconha, enquanto em Pontes e Lacerda, oito mulheres — entre elas mães, irmãs e companheiras de detentos — levavam pacotes de fumo ocultos no corpo.
As penalidades para os visitantes flagrados com ilícitos incluem suspensão do direito de visita por 90 dias, podendo chegar a um ano em casos envolvendo drogas. Todos os casos foram encaminhados à Polícia Civil para os devidos procedimentos legais.
Reforço institucional e combate à atuação de facções
A reestruturação do sistema penitenciário é uma das medidas centrais do programa Tolerância Zero. Com a criação da nova Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), por meio da Lei Complementar nº 799/2024, os sistemas Penitenciário e Socioeducativo foram desmembrados da antiga Secretaria de Segurança Pública, o que permitiu mais foco e especialização na gestão das unidades prisionais.
Segundo o secretário de Justiça, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, a atuação rigorosa da Polícia Penal tem produzido impactos diretos no enfraquecimento das facções. “O esforço operacional que realizamos para impedir a entrada de materiais ilícitos, seja por visitantes ou por drones, resulta em prejuízo direto para o crime organizado. Evitamos que essas organizações usem os presídios como centro de comando para ordenar crimes nas ruas”, declarou.
No balanço parcial do programa, a Sejus registra 405 operações específicas em unidades prisionais. Os resultados incluem a apreensão de:
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2.387 celulares
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907 chips de telefonia
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4.805 porções de entorpecentes
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1.072 carregadores
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248 armas artesanais
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27 drones usados por criminosos para transportar ilícitos até os presídios.
O secretário reforçou o compromisso de manter e intensificar as operações: “A Polícia Penal e nossos servidores têm atuado com dedicação e eficiência. O aparato empregado nas últimas ações tem surtido efeito, e vamos continuar trabalhando com rigor para garantir à população mato-grossense a segurança necessária para viver com tranquilidade”, concluiu.