• 16 de julho de 2025
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AGRONEGÓCIO SUSTENTÁVEL

Comitiva chinesa visita Mato Grosso para projeto de rastreabilidade da carne bovina

Missão técnica visa garantir ao consumidor da China que a carne mato-grossense é livre de desmatamento ilegal
Foto: Assessoria

Uma comitiva formada por representantes da ONG chinesa Global Environmental Institute (GEI) e da GS1 China está em Mato Grosso para avançar nas parcerias voltadas à rastreabilidade socioambiental da carne bovina exportada ao mercado chinês. A missão técnica foi recebida nesta terça-feira (15) pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, e participou de reuniões com o Instituto Mato-grossense da Carne (IMAC), parceiro direto no desenvolvimento da iniciativa.

O principal objetivo da visita é dar andamento a um projeto piloto que certifique, com base em dados rastreáveis, que a carne bovina produzida no estado e exportada para a China é proveniente de áreas livres de desmatamento ilegal. O projeto está inserido no Passaporte Verde, plataforma desenvolvida pelo IMAC que permite rastrear individualmente os animais desde o nascimento até o abate, monitorando critérios socioambientais das propriedades.

A agenda da missão inclui, ainda nesta semana, visitas técnicas à Fazenda Passo do Lobo, em Nova Mutum, nesta quarta-feira (16), e ao Frigorífico Frigosul, em Várzea Grande, na quinta-feira (17). Em ambas as visitas, a comitiva chinesa conhecerá os sistemas de produção e coleta de dados ambientais, além de discutir métodos de integração tecnológica entre as exigências do mercado chinês e a plataforma mato-grossense.

O secretário César Miranda destacou que Mato Grosso é o maior produtor nacional de carne bovina e grãos, com 60% do território preservado e uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. “No bioma amazônico, por exemplo, só é permitido desmatar 20% da área, mantendo os outros 80% preservados. Com o Passaporte Verde e essa colaboração com a China, estamos ampliando as possibilidades de exportação com responsabilidade socioambiental. Esse é o novo caminho para quem quer competir globalmente”, afirmou.

O diretor técnico-operacional do IMAC, Bruno de Jesus Andrade, destacou que a cooperação representa um salto qualitativo no protocolo de certificação da carne. “O consumidor chinês quer saber de onde vem a carne. Com o uso da nossa base de dados, podemos oferecer essa informação com credibilidade e transparência”, disse.

Já o diretor do programa de rastreabilidade da GEI, Peng Ren, ressaltou a importância estratégica da experiência em Mato Grosso. “Queremos mostrar que é possível garantir, com dados confiáveis, que a carne adquirida pelo nosso país vem de propriedades que respeitam o meio ambiente. Isso é fundamental para o futuro do comércio internacional”, afirmou.

Além da integração ao Passaporte Verde, também está em debate o uso do Digital Link, tecnologia que possibilita ao consumidor acessar informações detalhadas do produto por meio de QR Code nas embalagens, ampliando a transparência e a confiança na cadeia produtiva da carne.

O projeto integra um memorando de entendimento assinado em 2023 entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), o IMAC e o GEI, e busca consolidar uma rota comercial sustentável para a carne bovina mato-grossense, alinhada tanto à legislação brasileira quanto às exigências internacionais.

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