Zaher defende cooperativa como alternativa viável para trabalhadores da Coder e elogia postura firme do prefeito: “Estamos cuidando de quem sempre cuidou da cidade”
Em entrevista exclusiva ao NMT nesta quarta-feira (09), vereador destaca maturidade da Câmara e do Executivo para enfrentar situação da estatal sem prejuízo aos servidores Foto: NMT
O vereador Ibrahim Zaher (MDB), líder do prefeito Cláudio Ferreira (PL) na Câmara de Rondonópolis, defendeu nesta quarta-feira (09), em entrevista exclusiva ao NMT – Notícias de Mato Grosso, que a criação de uma cooperativa seja o caminho mais viável e seguro para garantir a continuidade dos trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), após o anúncio do processo de liquidação da empresa pública.
Zaher foi enfático ao afirmar que a situação da Coder é crítica e que tanto a Câmara quanto o prefeito têm agido com maturidade e responsabilidade diante do cenário. “A Coder vive uma situação bastante crítica. Nós, desde o início do ano, temos nos desdobrado pra achar mecanismos que legalizem o pagamento dos serviços e dos salários dos servidores. Por vários meses, eles receberam com atraso”, explicou.
Segundo o parlamentar, o Tribunal de Contas autorizou temporariamente o município a contratualizar com a estatal, mas apenas enquanto uma mesa técnica define o destino da companhia. A decisão do prefeito, segundo Zaher, já está tomada: será iniciada a liquidação, que é o primeiro passo para o encerramento definitivo das atividades da Coder.
“É uma medida dura, mas necessária. O prefeito já adiantou que o caminho será a liquidação da Coder. E a grande preocupação — nossa, da Câmara, e dele, do prefeito — é o que faremos com os servidores. Não é possível simplesmente levá-los para dentro da prefeitura, nem criar uma nova autarquia. Os vínculos que eles têm hoje são com um CNPJ específico. Seria necessário novo concurso, nova estrutura jurídica”, ponderou.
Nesse cenário, Zaher defende que a alternativa mais sólida é a formação de uma cooperativa, nos moldes da atual Conser — empresa formada por ex-servidores da antiga Saneamática, que presta serviços para o Sanear com estabilidade e eficiência. “A Conser hoje é um modelo que funciona, presta serviço com segurança jurídica e com salários em dia. Prestou serviço inclusive para a Santa Casa e está atuando em cidades como Várzea Grande. É esse modelo que queremos buscar: um que dê segurança ao trabalhador, ao prefeito e à cidade”, disse.
O vereador também criticou a tentativa anterior de resgate da Coder durante a gestão de Zé Carlos do Pátio, classificando como fracassada. “O ex-prefeito tentou salvar a Coder, investiu mais de R$ 100 milhões em maquinário, contratou mais gente… e o que aconteceu? A dívida só aumentou. Ou seja, é um modelo que já vimos que não funciona. Hoje, tem trabalhador há mais de 10 anos sem FGTS recolhido. Tem gente a um ano da aposentadoria e sem nenhuma garantia”, alertou.
Zaher também reforçou que o prefeito Cláudio Ferreira tem tratado o tema com firmeza e sensibilidade social. “Talvez, para manter a Coder como está, o prefeito teria que investir imediatamente mais de R$ 100 milhões, comprometendo todo o orçamento de investimento da cidade — que ainda carece de infraestrutura, hospital, mobilidade. Isso seria irresponsável”, avaliou.
Por fim, o vereador afirmou que o momento exige coragem e compromisso com o futuro de Rondonópolis. “É natural que exista trauma social. Mas vamos cuidar desses trabalhadores. Estamos cuidando de quem sempre cuidou da cidade. Vamos oferecer segurança a eles, e vamos continuar garantindo que os serviços prestados pela Coder sejam mantidos, com qualidade, sob uma nova estrutura que funcione”, concluiu.