“Ganham sem trabalhar”: vereador escancara esquema de fraudes de servidores da CODER em Rondonópolis
Da tribuna desta quarta-feira (09), Adilson do Naboreiro expôs denúncias contra funcionários que batiam ponto e desapareciam, atuavam como Uber e ainda acionavam a Justiça contra a empresa Foto: Reprodução
Na tribuna da Câmara Municipal de Rondonópolis, na sessão desta quarta-feira (09), o vereador Adilson do Naboreiro (MDB) fez um discurso devastador contra servidores da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (CODER), em meio aos protestos contra o fechamento da empresa anunciado pelo prefeito Cláudio Ferreira (PL). O parlamentar acusou parte dos funcionários de fraudes graves, desvio de função, conivência com irregularidades e uso indevido de recursos públicos.
“Muitos de vocês que estão aqui ganhavam sem trabalhar. Vocês sabem muito bem o que eu estou falando. Muitos nem batiam o peito. O cartão era abonado. Ganhava seu dinheiro em casa sem sair para trabalhar.”
Naboreiro criticou o silêncio de servidores diante de entregas irregulares e desvios internos, alegando que denúncias feitas por colegas foram ignoradas:
“De próprios colegas de vocês eram prova disso. O moço que estava fazendo as entregas irregulares, fazendo o desvio de descarga… ninguém quis dizer quem mandou ele fazer a entrega.”
Ele também revelou a existência de vídeos que, segundo ele, mostram servidores usando a CODER como fachada para atividades externas, marcando ponto e saindo para trabalhar como motoristas de aplicativo:
“Tem vídeo! Trabalhador da CODER que vai com o carro bater ponto 5 horas da manhã e depois volta só às 6 da tarde pra bater ponto de novo. E o dia todo ficou dirigindo Uber na cidade! Isso é justo com quem trabalha de verdade?”
A fala seguiu com críticas duras àqueles que buscaram indenizações na Justiça mesmo tendo se beneficiado de cargos e vantagens sem cumprir jornada efetiva:
“Quantos receberam função gratificada sem fazer nada e depois ainda meteram a CODER na justiça? É isso que virou? Mamata institucional?”
Por fim, o vereador foi categórico ao afirmar que os envolvidos em fraudes terão que devolver o que receberam indevidamente — ou responder na Justiça:
“Muitos trabalhadores construíram casa com dinheiro que sabiam que não era justo. Vão ter que vender casa, vender carro pra devolver o que não era deles. Ou então vai pra cadeia!”
O fechamento da empresa, que vinha sendo tratado apenas como questão financeira e política, agora ganha contornos de escândalo ético e moral dentro da máquina pública municipal.