O preço do milho disponível em Mato Grosso voltou a registrar queda na última semana, pressionado pelo aumento da oferta com o avanço da colheita. Segundo dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a saca foi negociada, em média, a R$ 39,45 na última sexta-feira (5), o que representa recuo de 0,64% em relação à semana anterior.

A colheita do milho 2ª safra 2024/25 atingiu 40,20% da área plantada, com avanço de 13,21 pontos percentuais em sete dias. O ritmo está ligeiramente à frente do registrado no mesmo período de 2024, quando a colheita estava em 38,3%, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Apesar da queda no mercado interno, o cenário internacional mostra recuperação. A cotação do milho na Bolsa de Chicago (EUA) subiu 2,79% na última semana, encerrando com média de US$ 4,64 por bushel (bu). A valorização reflete incertezas climáticas nos Estados Unidos e especulações sobre a demanda global.

Exportações devem ganhar força no segundo semestre

A expectativa do setor produtivo é de que as exportações de milho ganhem força a partir de agosto, com o avanço da colheita e a intensificação da demanda externa. De acordo com projeções da Conab, Mato Grosso deve exportar cerca de 25 milhões de toneladas neste ciclo, o que consolidaria o estado como principal fornecedor brasileiro do grão ao mercado internacional.

Segundo o Ministério da Agricultura, o volume exportado por Mato Grosso entre janeiro e junho de 2025 foi de aproximadamente 9,7 milhões de toneladas — volume inferior ao mesmo período de 2024, reflexo do atraso inicial da safra e do estoque elevado nos portos.

Mesmo com a pressão de curto prazo nos preços domésticos, analistas mantêm projeções otimistas para o segundo semestre, com expectativa de recuperação gradual dos preços a partir da retomada das exportações e da possível escassez de milho nos Estados Unidos, caso as condições climáticas adversas se confirmem.