• 18 de junho de 2025
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TRABALHO

Servidores da CODER protestam na Câmara de Rondonópolis com temor de fechamento da companhia

Presidente da Casa se diz surpreso com plenário lotado; gestão nega projeto formal, mas sindicato denuncia “ameaça velada” por parte do Executivo
Foto: NMT

A sessão da Câmara Municipal de Rondonópolis desta quarta-feira (18) foi marcada por uma manifestação de servidores da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (CODER), que lotaram o plenário em protesto contra rumores de extinção do órgão. Embora nenhuma medida oficial sobre fechamento tenha sido protocolada, o movimento ganhou força após o sindicato da categoria denunciar um “clima de ameaça” oriundo da atual gestão do prefeito Cláudio Ferreira (PL).

De acordo com o presidente do SISPMUR, Gerson Ferreira, a mobilização teve como objetivo sensibilizar os vereadores para que interfiram junto ao Executivo. “A gente espera que eles nos recebam, ou recebam uma comissão da CODER, para que a gente possa debater junto com os vereadores também e começar a dialogar nesse sentido, para que se evite fechar a CODER. A gente sabe que não há nada oficialmente vindo pelo Executivo nessa situação, mas a gente não vai esperar que se oficialize uma situação dessa, porque depois é muito tarde”, pontuou.

O presidente da Câmara, vereador Paulo Schuh (PL), afirmou que foi surpreendido pela presença maciça dos servidores. “Para falar a verdade, a gente estava em Barretos, juntamente com a comitiva do prefeito, buscando a melhoria para a saúde aqui para Rondonópolis, e me pegou até de surpresa eu chegar aqui hoje e tal plenário lotado de servidores da CODER.”

Schuh reconheceu a complexidade da situação, mencionando que a companhia vem enfrentando dificuldades há anos, mas afirmou não haver nenhum projeto formal de liquidação. “Olha, até o momento, não tem nenhum projeto de fechamento da CODER. Eu até acho engraçado, nesse momento, sair uma pauta dessa forma, de que está sendo discutido o fechamento da companhia. O prefeito, até hoje, não fez nenhuma reunião conosco, os vereadores, falando sobre fechamento. Eu tenho certeza que será resolvido da melhor forma possível, tanto para a CODER, para a gestão e para os trabalhadores.

Já o vereador Ibrahim Zaher (MDB), líder do prefeito na Câmara, adotou um tom mais crítico. Segundo ele, a empresa acumulou uma dívida superior a R$ 260 milhões e vem concedendo gratificações e reajustes sem respaldo orçamentário. “As contas de 2022 da CODER foram reprovadas pelo Tribunal de Contas, com apontamentos graves, e a empresa pagou mais de R$ 5 milhões em gratificações só em 2022. Um modelo insustentável.

Zaher ainda ressaltou que a atual administração não é responsável pela crise, mas está buscando soluções técnicas e institucionais. “A gestão não criou esse problema. Estamos tratando disso com responsabilidade, dialogando com o Tribunal de Contas, com técnicos da Prefeitura e com os sindicatos, para que os servidores não sejam mais prejudicados.

O vereador também criticou a forma como a CODER opera. “É um modelo insustentável. A companhia cria despesas sem autorização do Executivo ou do Legislativo, e isso precisa mudar. O foco agora é garantir estabilidade para os trabalhadores e responsabilidade com o dinheiro público.

Com mais de 500 funcionários, a CODER é um dos maiores braços operacionais da administração pública municipal, e o temor pelo seu futuro mobiliza não apenas servidores, mas também vereadores e setores da sociedade civil. Apesar da ausência de um projeto formal de extinção, a pressão política cresce — e o debate deve se intensificar nos próximos dias.

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Para Ibrahim visita a Barretos ajudará a